Duas leituras fotográficas do Frankie Boy para excertos do meu livro de contos A Respiração do Tempo.


A RESPIRAÇÃO DO TEMPO, uma publicação Minimalista
Duas leituras fotográficas do Frankie Boy para excertos do meu livro de contos A Respiração do Tempo.
A RESPIRAÇÃO DO TEMPO, uma publicação Minimalista
A Maraia é uma jovem e talentosa artista; um ser humano sensível e profundo. Captou com precisão e condensou em imagem o que as/os leitora(e)s descobrirão nas palavras.
É um privilégio ter a Maraia como ilustradora da nossa Minimalista.
[a respiração do tempo é a nona publicação da Minimalista Editora]
A respiração do tempo, de Ana Gilbert, Editora Minimalista, 2022, já se encontra à venda. É a mais recente publicação da nossa editora informal. Degustei-o de 6 a 18 de Junho. É, antes de se entrar no que nos conta, um objecto muito belo em que se nota a devoção da Ana ao criá-lo. Das ilustrações da Maraia que nos comunicam visualmente ao seu modo ímpar a essência do que as sucede, às epígrafes que também antecedem cada capítulo, chegando enfim à linguagem cuidada da Ana Gilbert. Confluem no volume que antes de ser lido é já um deleite. Depois entramos nas narrativas: breves, fortes, certeiras, apontando aos desacertos e aos enjeitados da vida. Aqueles que, por mais que se esforcem, dia nenhum serão vencedores. É preciso preparar o fôlego para as várias vezes em que nos quedamos em apneia pela violência lida. Pelo meio: erotismo. Sedução. Vontade. Dardos disparados à atenção dos leitores, incomodando esta ou aquela dor já nossa. Há neste livro muitos tempos, muitas respirações, realidades, histórias que anunciam outras. Caberá a quem leia levar a imaginação além. À Ana, continuar a escrever para que a possamos ler mais.
Andreia Azevedo Moreira (texto e imagens)
O espelho observa-me, insensível .
[a respiração do tempo]
Uma publicação Minimalista
Ilustração: Maraia
“Reverbero o silêncio de um tempo sem tempo .”
[a respiração do tempo]
Uma publicação Minimalista Editora
Ao escrever sobre o livro, “A respiração do tempo”, detenho-me no título. O tempo como organismo vivo. Que respira.
Reparem que não há humanos sem tempo. O tempo é uma estrutura essencial. E este livro começa logo por evidenciar isso.
O livro, muito cedo, entra pelo desejo, na sua relação com a imaginação, ou com a fantasia. Mostrando como o êxtase precisa dessa centelha para existir.
E vai por ali fora, sempre poderoso. Mostra-nos não aquele humano perfeitinho, mas aquele que sofre e faz sofrer. Aquele que por vezes vive quase sem poder.
O prazer e a dor estão muito presentes na narrativa.
É um livro carregado de interioridade. Com a psique das personagens muito à mostra.
Não estamos perante personagens planas, sentimos a sua riqueza e toda a força das suas circunstâncias. Vou dar um pequeno exemplo:
“Uma mulher observa a cena e, como os cães, fareja a ameaça. Ela, uma dessas mulheres violadas por seu homem. Ela e o seu grito mudo.
Ao sinal invisível, os homens começam a disparar. Descarregam armas, como uma ejaculação colectiva, fruto de um gozo inominável.”
A água é também um elemento constante. Há uma qualquer relação entre o mar e a morte. Que vai sobrevindo.
É um livro que tem arrojo, risco por parte da sua autora. Exposição. Verdade.
Na linguagem tem a sua música. As suas escolhas. Uma pontuação própria. Um sentir da língua, em balanço, em movimento.
Tenho uma teoria: um livro interessante tem de partir de alguém interessante. E este livro é mais uma demonstração desta minha teoria. Quanto deste livro é esta autora? O que pensa? Como pensa? O que observa? O que encontra? Que detalhes? Que linguagem? Que relações estabelece entre tudo?
O livro beneficia de toda essa riqueza.
Por todas estas razões, e aquelas ainda por descobrir (porque cada leitor fará o seu livro), é uma boa ideia ler este “A respiração do tempo”.
A RESPIRAÇÃO DO TEMPO | Sinopse
Os fios do tempo, como artérias do corpo, como galhos rizomáticos, espalham-se, pulsantes, em forma de palavras. Peso e leveza, prazer e dor, angústia e sentido. Perda, encontro, memória. Lugares luminosos e sombrios da alma. Os contos de A Respiração do Tempo atravessam esses temas, numa costura quase imperceptível, mas inquietante. Evocam um repertório de imagens, um catálogo de sensações, pensamentos e emoções que permeiam as relações humanas.
Uma publicação Minimalista Editora
Encomendas: minimalista.editora@gmail.com
“Vinte e quatro vozes depois da porta.
Retire os sapatos antes de entrar.”
CONTOS MINIMALISTAS
Minimalista
12 autores minimalistas + 12 convidados:
Ana Gilbert
(@ana_gilbert)
Ana Miguel Socorro
(@amiguelsocorro)
Ana Moderno
(@a_modernita)
Andreia Azevedo Moreira
(@andreia.azevedo.moreira)
Catarina Vale
(@katysavale)
Cristina Vicente
@cris_myself_)
Elsa Margarida Rodrigues
(@elsamargaridarodrigues)
Emanuel Reis
(@emanuel_reis86)
Isabel Gaspar
Joana M. Lopes
(@joana.m.lopes)
João Reis
(@joaoreis.author)
Lia Wolf
(@wolf_lia)
Liliana Silva
(@lilianasilva)
Lorena Kim Richter
(@lorenakimrichter)
Margarida Baptista
Maria João Pessoa
Mónia Camacho
(@moniamilitao)
Paulo Kellerman
(@paulokellerman)
Rafael Vieira
(@rah.pha)
Raquel Laranjeira Pais
(@raquel_lpais)
Ricardo Graça
(@atgraces)
Rita Serra
Sandra Vaz
Sandrine Cordeiro
(@sandrinecordeiro)
Os artistas gráficos:
Maraia: ilustração @hopefulngold
Licínio Florêncio: concepção gráfica e paginação @licinio_florencio
Sónia Silva: logotipo Minimalista @sonia_silvas
Encomendas: minimalista.editora@gmail.com
Acabadinhos de chegar :))
CONTOS MINIMALISTAS
24 contos, 24 vozes
Encomendas: minimalista.editora@gmail.com
“Qual é, afinal, a diferença entre vento e poesia?”
O gato e o vento, de Paulo Kellerman, na Antologia Minimalista (2020)
“A casa voltou a reinar, segura da sua força.
Bem no meio tem um coração. Uma iluminação que não se sabe de onde vem. E sou capaz de passar horas a banhar-me nesse conforto.
Por vezes, a casa murmura o teu nome.”
A casa na praia, de Mónia Camacho, na Antologia Minimalista (2020)
“O que é que se responde a uma filha que nos pergunta como estamos, de quem não se tem notícias há anos? Responde-se: estou bem?”
Oh Senhor Luís!, de Sandrine Cordeiro, na Antologia Minimalista (2020)
“Entra na sala; vê a cortina vermelha e sente-lhe a textura entre os dedos; inspira o cheiro quente e amargo das fitas nas bobines; respira a mistura do amadeirado doce das cadeiras; aceita o mofo sereno das alcatifas. E vê a lanterna. No cimo do balcão da entrada, enche-se de luz a piscar. Com ela, regressa à sala. Senta-se na primeira cadeira da última fila e olha o ecrã.”
Os meus dias são domingos, de Ana Miguel Socorro, na Antologia Minimalista (2020)
“Não sabia porquê, nem lhe parecia importante, mas as palavras e todos os medos, que se recusavam sair pela boca, dançavam livremente pelos dedos, como através de uma corda oca.”
De Aardonyx a Zupaysaurus, de Lia Wolf, na Antologia Minimalista (2020)