
“Sabes a mar. Sim, sabes a mar. E quando te beijo sinto-me transportado. Como se cada beijo teu me levasse numa viagem da qual não quero regressar.”
Fotografar palavras
Projeto | Paulo Kellerman
Texto | Maria João Faísca
Foto | Ana Gilbert
“Sabes a mar. Sim, sabes a mar. E quando te beijo sinto-me transportado. Como se cada beijo teu me levasse numa viagem da qual não quero regressar.”
Fotografar palavras
Projeto | Paulo Kellerman
Texto | Maria João Faísca
Foto | Ana Gilbert
É sempre um desafio receber um texto (desconhecendo a autoria) e fazer uma leitura fotográfica das palavras. Muitas imagens surgem, mas apenas uma (às vezes, mais de uma) vai se coagular como fotografia. Este é o exercício criativo diário do Fotografar palavras, de Paulo Kellerman, projeto vigoroso e estimulante que reúne fotógrafos e escritores em torno do fascínio por palavras e imagens.
Hoje, mais uma nova parceria:
“Hoje caminhei por entre os teus pés sem que os pisasse. Não deste por mim. Respirei-te no mesmo compasso que faz dos dias noites. Não me sentiste. Fiz-me escura na brancura da tua pele, quando se encheu de luz. Persegui-te. Tentei libertar-me de ti. Não permitiste, continuaste a encher-te de luz, mesmo na podridão do dia acabado, no artificial do teu leito. Fixei-me sobre as palavras que lias, murmurei-as contigo, sem que me ouvisses. Fiz-te cansar sobre o desvanecer das horas e finalmente apagaste a luz. E finalmente fui.”
Texto: Elisabete Neves
Foto: Ana Gilbert
“To give, indefinitely, to our human finitude, a form that is never definitive.”
Didier Anzieu (The skin-ego)
…ou dos encontros bonitos…
Espera feita de luz…
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(obrigada, Francisco, por aceitares o desafio. Obrigada, Paulo, pela acolhida)
“Um ar que sabia a luz e que rangia a cristal…”
Palavras | Mário de Sá-Carneiro
“Vejo o brilho de um sonho tão impossível.”
(José Luís Peixoto, A Casa, a Escuridão)
“Incomoda-te a minha sombra? Ou a minha luz?”
Fotografar palavras
Projeto | Paulo Kellerman
Texto | Ana Gilbert
Foto| João Oliveira
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Fotografo a sombra dos dias para ter a certeza de que eles passam.
“blinded by the light that’s inside” | (Untouchable, Part 2, Anathema)
A minha casa é feita de luz e sombra, ausência e dor.
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“Time keeps flowing like a river to the sea.”
(The Alan Parsons Project)
“deve existir um alfabeto ou código para dizer
da camada indefinível que me leva a ti
do espanto
do conjunto em busca da harmonia que não quer chegar a ser
para se manter vontade
uma qualquer mistura dos silêncios em luz entrecortados a bocas
e o corpo em desejo desenhado a mar e céu
vamos para ali
dito assim meio lei meio convite
podia bem ser o era uma vez
das histórias com corações apressados
o murmúrio do grito de guerra em amor
que desperta e incita
vamos
dito assim sem som a fazer caminhos”
Fotografar palavras
Projeto | Paulo Kellerman
Texto | Isabel Pires
Foto| Ana Gilbert