“As coisas não acabam quando elas terminam.”
Fotografar palavras
Projeto | Paulo Kellerman
Texto e foto | Ana Gilbert
“As coisas não acabam quando elas terminam.”
Fotografar palavras
Projeto | Paulo Kellerman
Texto e foto | Ana Gilbert
“Real, real porque me abandonaste?
E, no entanto, às vezes bem preciso
de entregar nas tuas mãos o meu espírito
e que, por um momento, baste
que seja feita a tua vontade
para tudo de novo ter sentido,
não digo a vida, mas ao menos o vivido,
nomes e coisas, livre arbítrio, causalidade.
Oh, juntar os pedaços de todos os livros
e desimaginar o mundo, descriá-lo,
amarrado ao mastro mais altivo
do passado! Mas onde encontrar um passado?”
Palavras | Manuel António Pina (O coração pronto para o roubo)
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“o amor sabe sempre a novo barrado de familiaridade
um estremecimento
como o verão que há dentro do outono ou aquela brisa que há dentro do verão
braços de quente e luz a inundar o peito
como se fora o brotar de flores num campo seco
os lábios a chegarem-se aos teus
uma inquietação
a pele a vestir-se de água
um sorriso um grito murmúrios
em chão de silêncio”
Fotografar palavras
Projeto | Paulo Kellerman
Texto | Isabel Pires
Fotos| Ana Gilbert
é difícil concordo conjugar este
verbo insensato e tardio que
de repente se atravessou no meu caminho
Palavras | Alice Vieira (Os armários da noite)
Academia e arte. Brasil e Portugal. Dança, fotografia e literatura. Diálogos em torno de múltiplas corporeidades.
Projeto com o grupo de pesquisa sobre movimento Te encontro lá no Cacilda / Pulsar Cia. de Dança | Teatro Cacilda Becker, Rio de Janeiro, Brasil.
Geografias corporais: dança, corpo e deficiência | Ana Gilbert e Paulo Kellerman
Revista Interface – Comunicação, Saúde, Educação | Seção Criação
Biblioteca SciELO Brasil e SciELO Saúde Pública
(Foto: Ana Gilbert)
“Entro na sala e sorrio. Digo: Oi. Depois digo: Tudo bem? E continuo a sorrir.
(Penso: Sorrir será a melhor forma de espera, de adiamento, de suspensão?)
Olha-me e sorri. Levanta-se, aproxima-se lentamente. Depois, abraça-me.
Sinto estranheza. Não é fácil receber o abraço de uma pessoa desconhecida. Não é fácil abraçar uma pessoa desconhecida. Mas correspondo.
Foi assim que nos conhecemos. Apenas mais tarde percebi que abraçar é uma forma de comunicar; como se o abraço fosse voz, e cada abraço tivesse uma tonalidade específica. Tal como cada palavra pode ser dita com um timbre diferente.
Não o ouvi falar. Mas conheço a sua voz.”
(Paulo Kellerman)
os dias as cores os medos a respiração
parados, à espera
à espera
dos dias das cores dos medos da respiração
livres
das angústias medidas
das dores mediadas
“Procurei-te nas tuas palavras, mas elas estavam vazias de ti.”
Fotografar palavras
Projeto | Paulo Kellerman
Texto | Ana Gilbert
Foto| João Oliveira
“Na melodia das tuas palavras descobri que, também eu, sabia dançar.”
Fotografar palavras
Projeto | Paulo Kellerman
Texto | Liliana Silva
Foto| Ana Gilbert
“Lembras-te dos nossos sonhos? Então
precisávamos (lembras-te?) de uma grande razão.
Agora uma pequena razão chegaria,
um ponto fixo, uma esperança, uma medida.”
Palavras | Manuel António Pina
“O teu corpo,
tão suave quanto desejado,
contorno de montanhas.”
Fotografar palavras
Projeto | Paulo Kellerman
Texto | Rah Pha
Foto| Ana Gilbert
“blinded by the light that’s inside” | (Untouchable, Part 2, Anathema)