
Toca-me como se fosse a primeira vez.

Toca-me como se fosse a primeira vez.

Teus olhos em
meu peito pousaram,
um dia.
Não fosse a distância
teu hálito novamente
recenderia,
aqui.
Luiz Ruffato

Não conheço a fronteira entre pele e liberdade.
Texto: Paulo Kellerman

Agora que já aqui
não estás, agora
que nunca
estiveste,
a saudade nova
entrelaça os dedos
nos dedos
da saudade antiga.
Juntos sob o lençol
de silêncio
imaculado e morno,
tecem o fino,
frágil manto
da memória.
Ana Marques (Poémica, 2016)

se a natureza seca, a aridez é nossa
se a floresta queima, queimamos nós
se o voo cessa, despencamos nós
morremos
lentamente
de vergonha
de tédio
de cansaço
petrificados
em agonia
insones
inertes
despedaçados
pelo horror
convencidos
de que não somos nós


“Nenhum poema é tão doloroso
que não possa ser dito.
Nenhum poema é tão doloroso
que não possa ser escrito.”
Gisela Casimiro (Giz, 2023)

O que faço com esta dor?






“São tristes os poemas no Inverno mas tu sabes, sem saberes como, levar o meu corpo até à alegria, e até a minha rua se atreve no poema,
a minha rua insensata, rua inútil como palavra minha.”
Filipa Leal

“Viver é muito perigoso.”
João Guimarães Rosa (Grande Sertão: Veredas)

“Tudo é e não é.”
João Guimarães Rosa (Grande Sertão: Veredas)



“Eu tinha uma lua recolhida.”
João Guimarães Rosa (Grande Sertão: Veredas)

”I said to my soul, be still, and wait without hope
For hope would be hope for the wrong thing; wait without love
For love would be love of the wrong thing; there is yet faith
But the faith and the love and the hope are all in the waiting.”
T.S.Eliot

O que sentirá o vento quando encontra o teu corpo?

há sempre uma nova perspetiva por descobrir.
[dia mundial da fotografia]

