sabe a poema inocente

Do encontro e da cumplicidade entre palavras e imagens.

Um enorme obrigada ao Breve Leonardo por esta sintonia espontânea, delicada e bela.

sabe a poema inocente

o murmúrio de luz que
se inclina nas manhãs raras

estas – onde corpo ainda está aberto ao mundo – esta
onde o corpo acorda sereno,
não resiste.

por assim dizer,
a espessa álgebra do dia ainda não se fez sentir na rotina inquieta
da voz – como osso dormente e demais,
no corpo.

por assim dizer,
nesta manhã rara
as diminutas sílabas – soltas da palavra – ainda não ocupam espaço

como a pedra brisa
ou cinza vaga que
suspensos

sabem a poema. sabem
a luz ou poema – tão intacto

inocente.

Palavras

Palavras numa língua de céus impossíveis.

José Luís Peixoto (A Casa, a Escuridão)

Ecos no coração da terra

Eu pronuncio esta palavra como se não fosse de minha língua. É uma palavra que tem textura, é rugosa, fere, menospreza. Vergonha.

Rafael Azevedo (Ecos no coração da terra, Kotter Editorial, 2021)

Um livro de tirar o fôlego, que provoca imagens, inúmeras imagens. Fragmentos que, aos poucos, nos revelam sua costura e o avesso da costura. Jogos de luz e sombra, fascinantes e hipnóticos. Viciantes e peçonhentos.
Um mergulho na alma humana: almas individuais, alma familiar, alma coletiva. Vida e morte; decadência e libertação.

Conversas Literárias

Conversa sobre o livro Água Viva de Clarice Lispector

O evento contará com a participação das integrantes do Instituto Junguiano do Rio de Janeiro (IJRJ):

Sigrid Haikel, Maria Lúcia Lorêdo, Áurea Torres e Ana Gilbert

Dia 01 de Outubro de 2021| Sexta-feira, de 14h às 16h.

Valor simbólico de R$ 25,00 que será revertido para Casas das Palmeiras – Nise da Silveira

Informações e inscrições aqui ou no site do IJRJ

O mundo…

O mundo vive pra dentro, cegando-se ao sol do sonho.”

João Gilberto Noll (Mínimos, múltiplos, comuns, 2003)

Raio de sol

Um raio de sol espreita pela janela, fere-me a pele. Acordei há muito tempo mas ainda não fui capaz de abrir os olhos; porque quando o fizer, terei que enfrentar o mundo.

Paulo Kellerman (Diz-me o teu nome, pergunta-me o meu, Gastar palavras, Deriva, 2005)

Paulo Kellerman, 25 anos de escritas poéticas