
“Por trás da cor dos olhos” | Ensaio |
Pulsar Companhia de Dança

“Por trás da cor dos olhos” | Ensaio |
Pulsar Companhia de Dança

“Descubro que ser desadaptada é a minha fonte.”
Palavras | Clarice Lispector (A descoberta do mundo)

“As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.”
Palavras | Carlos Drummond de Andrade

(Serviços mínimos de felicidade)
“Uma janela refletida num espelho, uma janela que é um espelho, um espelho que é uma janela.”
Palavras | Paulo Kellerman (Almas desligadas)

No caminho te ilumino.”
Projeto | Paulo Kellerman
Texto | Letícia A.



“Conspiração
Sei-te igual.
Sei-te estranho.
Sei-te de cor.
Sei-te o sal,
O odor
e o intento.
Sei-te aqui.
Sei-te aí.
Sei-te onde for.
Sei-te como ser.
Sei-te o nome.
Sei-te o rosto.
Sei-te a boca.
Sei-te o corpo.
Sei-te o sexo.
E o desejo.
E não sei
nada de ti.”

Finges não perceber o que me acontece.



“É Domingo. O dia acorda quente e os nossos corpos acusam o cansaço da semana. Sussurras-me ao ouvido: “Apeteces-me”! Permito-te.”
Texto: Ophélia Pessoa
Foto: Ana Gilbert

“Importa-se de parar de olhar para mim?”
Palavras | Paulo Kellerman
(reflexões sobre o olhar e a diferença, a partir do conto de mesmo nome, aqui)

“Podes fechar a cortina do quarto.
É no escuro, que te verei melhor.”
Projeto: Paulo Kellerman
Texto: Clara Vales
Foto: Ana Gilbert

“… no fundo, não passávamos de duas massas solitárias de metal em suas próprias órbitas separadas. À distância, parecem belas estrelas cadentes, mas, na realidade, não passam de prisões, em que cada uma de nós está trancada, sozinha, indo a lugar nenhum. Quando as órbitas desses dois satélites se cruzam, acidentalmente, podemos estar juntas. Talvez, até mesmo, abrir nossos corações uma à outra. Mas só por um breve momento. No instante seguinte, estaremos na solidão absoluta. Até nos queimarmos completamente e nos tornarmos nada.”
Texto | Haruki Murakami (Minha querida Sputnik)

“Será que se deixar de me olhar ao espelho conseguirei esquecer o meu rosto? Conseguirei esquecer como sou, o que sou, quem sou? Conseguirei esquecer-me?”
Texto: Paulo Kellerman
O autor escreveu o romance Serviços mínimos de felicidade. Escolhi e fotografei 27 excertos. O texto acima é um desses excertos. A partir das fotos, o autor escreveu o conto Almas desligadas, que pode ser lido como um capítulo escondido do livro.
Palavras fotografadas, fotografias narradas…
“Um rosto escondido pela escuridão porque a luz que ilumina a vida nunca é suficiente.”
Texto: Paulo Kellerman (Almas desligadas)




Borboletas farfalham meus olhos…
