
somos eternas na efemeridade da imagem.

somos eternas na efemeridade da imagem.

“Ama-me. Embora eu te pareça
Demasiado intensa. E de aspereza.
E transitória se tu me repensas.”
Hilda Hilst (II, Júbilo, memória, noviciado da paixão)






Um obrigada imenso por este belo encontro e bordado conjunto.
EMBRACE apresenta:
EPISÓDIO 2
As Pontes de Pele
Artistas Convidadas
Palavras (poesia) : Cristina Vicente
Fotografia: Ana Gilbert
Arte (ilustração / pintura) : Isabel Avó
.
Curadoras
Mónica Brito & Elsa Martins
The Embrace [others]

“No real da vida, as coisas acabam com menos formato, nem acabam.”
João Guimarães Rosa (Grande sertão: veredas)


já há um relâmpago ao
invés do homem
que combate à noite
a tua ausência
Valter Hugo Mãe (publicação da mortalidade)

tocar a pele infinita e intemporal da imagem.



“O meu nome é essa cicatriz
que insistes que sabes ler
só porque a fizeste.”
[My name is that scar
you insist you know how to read
just because you made it.]
Gisela Casimiro (Giz)

“As imagems poéticas têm, também elas, uma matéria.”
Gaston Bachelard (A água e os sonhos)

existe sempre a hora do dia em que se fecha no seu casulo de luz.
[there is always a time of day when she retreats into her cocoon of light.]

Qual o ‘eu’ que conta esta história?


“Perco a consciência, mas não importa, encontro a maior serenidade na alucinação.”
Clarice Lispector (Perto do coração selvagem)

Duas Anas numa aeronave improvisada a (des)pilotar a caminho de. Pausa e ponto de interrogação. Tocamo-nos no escuro e iluminamos arquipélagos. Fluida-Mente.
Esta é uma colaboração especial que nasceu de um exercício de escrita orgânico e fascinante entre mim e a Ana e de um lugar de curiosidade mútua.
A(ero)NA(ve)S
{~Texto zipado para desdobrar em imagens~}
e o que queres fazer?
Eros, erótico, está sempre presente na criação
O dedo (in)vísivel
que percorre a pele da palavra
e os poros da fotografia.
Captar o hálito da imagem
e fugir do hábito da palavra
para habitar a palavra
que faz montanhas parirem retratos
|| parir em retratos
o desejo que se vê
dentro da cabana do acento circunflexo
havia fios de trama || ou ele passa por baixo || ou ele passa por cima ||
dos fios de urdume ||
é o jacquard de entre_peles
que nos veste a timidez
e desloca inflexões
– Passa-me um Marlboro. Ali atrás da persiana
(ecoo-me para tocar-te)
O arranha-céus de jacquard rasga o tecto da cabana
Delírio a céu aberto.
*****
[O texto foi escrito a quatro mãos com a Ana Sofia Elias | a foto é minha]
