“… se me tivesses abraçado, se adivinhasses que um abraço era tudo o que desejava. Mas não adivinhaste. Não voltaste a tocar-me.”

Palavras: Paulo Kellerman (Diz-me o teu nome, pergunta-me o meu, Gastar palavras)

“Nunca tinha pensado que a solidão pudesse ser não uma ausência de tudo mas a saturação de presenças fantasmagóricas, de pensamentos solidificados, de imagens resplandecentes de cor e brilho e magnetismo.”

Projeto e texto: Paulo Kellerman

“De onde surgem os gritos, como nascem?”

Fotografar palavras
Projeto e texto: Paulo Kellerman
Foto: Ana Gilbert

Palavras fotografadas, fotografias narradas…

“A vulnerabilidade de um peito que esconde um coração, um coração que esconde medos e desesperos insuspeitos para quem olha e apenas vê um peito, apesar de saber que algures há um coração.”

(Paulo Kellerman, Almas desligadas)

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“Formam-se assim lentamente crostas: dentro de cada ser, como dentro das casas de granito salitroso, as paixões tecem na escuridão e no silêncio teias de escuridão e de silêncio.”

Texto: Raul Brandão (Húmus)

Almas desligadas

Paulo Kellerman  escreveu o romance Serviços mínimos de felicidade. Escolhi e fotografei 27 excertos. A partir das fotos, o autor escreveu o conto Almas desligadas, que pode ser lido como um capítulo escondido do livro.

Palavras fotogradas, fotografias narradas.

O resultado: um ebook, que pode ser lido e baixado aqui.

Água 6

“Passou um minuto ou um século? Sobre o granito salitroso assenta outra camada denegrida, e as horas caem sobre a vila como gotas de água de uma clepsidra.”

Texto: Raul Brandão (Húmus)

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“As esquinas de nossa cidade em que me aguardas a todo tempo deixaram de ser caminhos que se tocam. Lembras daquela brincadeira em que grudávamos tira sobre tira de papel com cola de água e farinha e criávamos cruzes, encruzilhadas, estrelas, raios de rotunda? Não. Não tens jeito de criança. Vi-te outro dia, nem cinco anos tinhas, jogando bolinhas de papel na contramão da escada rolante. O guarda brandiu o seu cassetete de borracha. Só querias ver se as bolinhas voltavam. Para ti.”

Fotografar palavras

Projeto: Paulo Kellerman

Texto: Lorena Kim Richter

“Fecho os olhos e concentro-me momentaneamente no silêncio que preenche o quarto, enquanto respiro o cheiro a sexo que ainda perdura; depois, ela liga a televisão e o silêncio é estilhaçado – mas o cheiro permanece, insidioso”.

Fotografar palavras

Projeto e Texto: Paulo Kellerman