Cada vez que venho a Portugal, aproveito ao máximo os encontros com os amigos. Desta vez, para celebrar os projetos AISHA, com o Paulo Kellerman, e LATITUDES, com aCristina Vicemte, organizamos, em parceria com esse espaço fantástico que é A Casa da Lídia, um varal / estendal fotográfico com fotografias dos dois projetos. Mais um motivo de encontros e afetos. Inaugura no sábado, dia 31 de maio, às 16 horas, junto com a apresentação do livro Latitudes e ficará por lá à espera da visita de vocês. Apareçam.
LATITUDES é resultado de uma cumplicidade entre mulheres, entre fotografia e literatura, entre norte e sul. Uma cumplicidade de olhares e afetos que vai além das fronteiras geográficas; aproxima as latitudes e traz a circularidade das estações do ano.
Em costura perfeita das nossas estações, o belo posfácio do amigo Paulo Kellerman.
Aisha Uma pequena caixa contendo memórias de uma menina e seu pai. Aisha Uma pequena caixa que poderia ter sido encontrada entre os escombros de um edifício bombardeado durante uma guerra. Aisha Um grito mudo diante do horror da guerra.
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Aisha A small box containing memories of a girl and her father. Aisha A small box that could have been found among the rubble of a bombed building during a war. Aisha A silent cry in the face of the horrors of war.
Como se estivéssemos sentadas Nas escadas da casa do bairro A cumprimentar as aldeãs aprilinas Nácares perolizantes cabelo de copas e espadas Preso com um gancho a lembrar os países que ainda não conheço.
Estadualizei o carpo negro na cruz opalina que levavam ao peito Só a minha linchagem era de cor anilada Enrugamento no céu da boca
E pestanejámos palavras nimbadas enquanto os castores e as rosas-de-toucar azulinavam os valetes e as damas e toscanejavam num murmúrio verdeal.
Quando Gaza foi invadida e as crianças começaram a morrer, foi impossível não reagir. E reagimos como sabemos: escrevendo, fotografando. Talvez pareça uma reacção simbólica, mas é a nossa. E é visceral. Aisha é uma criança. Aisha representa a incompreensão, a incredulidade, a revolta que ainda contém alguma esperança. Aisha já morreu mais de quinze mil vezes.
Aisha é um livro que representa a nossa incompreensão, a nossa incredulidade, a nossa revolta que já não contém esperança.
edição limitada e numerada (50 exemplares) encomendas por mensagem.
When Gaza was invaded and children began to die, it was impossible not to react. And we reacted as we know how: by writing, by photographing. It may seem like a symbolic response, but it is ours. And it is visceral. Aisha is a child. Aisha embodies incomprehension, incredulity, revolt—still laced with some hope. Aisha has died more than fifteen thousand times.
Aisha is a book that embodies our incomprehension, our incredulity, our revolt—now stripped of hope.
23 texts by Paulo Kellerman 23 photographs by Ana Gilbert Flower illustration | Maraia Design | Licínio Florêncio Handmade box | Yume Ateliê & Design
numbered edition (50 copies) orders: direct message