Varal fotográfico

Cada vez que venho a Portugal, aproveito ao máximo os encontros com os amigos.
Desta vez, para celebrar os projetos AISHA, com o Paulo Kellerman, e LATITUDES, com a Cristina Vicemte, organizamos, em parceria com esse espaço fantástico que é A Casa da Lídia, um varal / estendal fotográfico com fotografias dos dois projetos. Mais um motivo de encontros e afetos.
Inaugura no sábado, dia 31 de maio, às 16 horas, junto com a apresentação do livro Latitudes e ficará por lá à espera da visita de vocês.
Apareçam.

[flyer: Licínio Florêncio]

Latitudes

Fotografias e textos: Cristina Vicente & Ana Gilbert

LATITUDES é resultado de uma cumplicidade entre mulheres, entre fotografia e literatura, entre norte e sul.
Uma cumplicidade de olhares e afetos que vai além das fronteiras geográficas; aproxima as latitudes e traz a circularidade das estações do ano.

Em costura perfeita das nossas estações, o belo posfácio do amigo Paulo Kellerman.

Design do querido Licínio Florêncio

edição limitada e numerada
[bilingual edition]

No sábado, 31 de maio de 2025, estaremos na Casa da Lídia para conversar sobre LATITUDES. Apareçam!

Círculo

Circle

Se repetir a mesma viagem muitas vezes deixarei de distinguir entre a ida e o regresso?

If I repeat the same journey many times, will I no longer be able to discern the departure from the return?”

Text(o): Paulo Kellerman

Portable link

Aisha

Aisha
Uma pequena caixa contendo memórias de uma menina e seu pai.
Aisha
Uma pequena caixa que poderia ter sido encontrada entre os escombros de um edifício bombardeado durante uma guerra.
Aisha
Um grito mudo diante do horror da guerra.

——-

Aisha
A small box containing memories of a girl and her father.
Aisha
A small box that could have been found among the rubble of a bombed building during a war.
Aisha
A silent cry in the face of the horrors of war.

(Bilingual edition)

23 textos | texts, 23 fotografias | photographs
Paulo Kellerman & Ana Gilbert | Portable link

ilustração flor | flower illustration: Maraia
design: Licinio Florêncio
caixa artesanal | handmade box: Yume Ateliê & Design

Exemplares prontos para cruzar o Atlântico.
Copies ready to cross the Atlantic.

Aisha

a construção das delicadezas.

a ilustração da flor é da Maraia
a materialização da caixa é da Eliana do Yume Ateliê & Design
o design é do Licínio Florêncio

os textos e as fotos são nossos
Paulo Kellerman e Ana Gilbert

as encomendas são pelo email: ana.cbgilbert@yahoo.com

tiragem limitada, exemplares numerados
edição bilíngue [bilingual edition]

Capella Magna

Pestanejamos nimbos e naipes inventraçados.

Simples escovadoras
a perolizar
a capela sistina
das palavras.

Escovamos com pestanas opala-arlequim.
Cardealinas, sangue-de-Adão.

Assim nascem(os) sonhos e perolices.

Poema | Ana Sofia Elias

As aldeãs

Como se estivéssemos sentadas
Nas escadas da casa do bairro
A cumprimentar as aldeãs aprilinas
Nácares perolizantes
cabelo de copas e espadas
Preso com um gancho
a lembrar os países que ainda não conheço.

Estadualizei o carpo negro na cruz opalina que levavam ao peito
Só a minha linchagem
era de cor anilada
Enrugamento no céu da boca

E pestanejámos palavras nimbadas enquanto os castores e as rosas-de-toucar azulinavam os valetes e as damas e toscanejavam num murmúrio verdeal.

[o belo poema de Ana Sofia Elias]

Guardanapo

Copiosamente, a mão esquerda que alisa os lugares acantonados.

Copiosamente, reparo.

A sensualidade tem cheiro de filme:

mãos garrafais
queixo nas mãos.
Espelho.
Madeira sólida.
Arrisco histórias.

Cabelos
que chamam dedos que os acariciem.
Um pescoço que pede uma boca
E agora?

Indefinível.
Leve desleixo.
Também a sensualidade
Furou as nuvens.

_____

BLACK OUT POETRY do meu conto Histórias possíveis (A respiração do tempo, Minimalista, 2022), pela bonita Ana Sofia Elias.

aisha

Quando Gaza foi invadida e as crianças começaram a morrer, foi impossível não reagir. E reagimos como sabemos: escrevendo, fotografando. Talvez pareça uma reacção simbólica, mas é a nossa. E é visceral.
Aisha é uma criança. Aisha representa a incompreensão, a incredulidade, a revolta que ainda contém alguma esperança.
Aisha já morreu mais de quinze mil vezes.

Aisha é um livro que representa a nossa incompreensão, a nossa incredulidade, a nossa revolta que já não contém esperança.

23 textos de Paulo Kellerman
23 fotografias de Ana Gilbert
Ilustração flor | Maraia
Design | Licínio Florêncio
Caixa artesanal | Yume Ateliê & Design

edição limitada e numerada (50 exemplares)
encomendas por mensagem.


When Gaza was invaded and children began to die, it was impossible not to react. And we reacted as we know how: by writing, by photographing. It may seem like a symbolic response, but it is ours. And it is visceral.
Aisha is a child. Aisha embodies incomprehension, incredulity, revolt—still laced with some hope.
Aisha has died more than fifteen thousand times.

Aisha is a book that embodies our incomprehension, our incredulity, our revolt—now stripped of hope.

23 texts by Paulo Kellerman
23 photographs by Ana Gilbert
Flower illustration | Maraia
Design | Licínio Florêncio
Handmade box | Yume Ateliê & Design

numbered edition (50 copies)
orders: direct message

Instante

“Cada coisa tem um instante em que ela é”.

Clarice Lispector (Água viva)