
Every “I” is an oblivion.
“Todo eu é um esquecimento.”
Emanuele Coccia (Metamorfoses, 2020)

“Todo eu é um esquecimento.”
Emanuele Coccia (Metamorfoses, 2020)

Seremos capazes de sentir para além da nossa loucura branca?
Texto | Text: Ana Gilbert
Fotografia | Photography: Rui Santos
Fotografar palavras, o nosso projeto artístico criado pelo Paulo Kellerman, e que emociona desde 2016. Diariamente.




PORTABLE LINK, um diálogo entre fotografia e literatura.
Projeto com o escritor Paulo Kellerman, que nasceu em 2022 na plataforma Ello, agora extinta, e que continua no Instagram e no Vero.

O primeiro azul do ano… que se descortina deste meu espaço de criação.
Em 2025, comemoro 20 anos da defesa do meu mestrado, o primeiro degrau na trajetória acadêmica. Ele foi a porta de entrada para as leituras teóricas sobre fotografia e para o meu exercício fotográfico. São também 20 anos de autorretratos.
Neste ano de 2025, há muito o que comemorar… novas parcerias, novos projetos acadêmicos e trabalhos artísticos. E há este espaço, ao mesmo tempo vazio e pulsante, externo e interno, que me desafia a criar e a ir além do que sei de mim.
*****
The first blue of the year… which unfolds from this creative space of mine.
In 2025, I celebrate 20 years since defending my master’s dissertation, the first step in my academic journey. It was the gateway to theoretical readings on photography and to my photographic practice. These are also 20 years of self-portraits.
This year, there is much to celebrate—new partnerships, new academic projects, and artistic works. And there is this empty yet vibrant space, both external and internal, challenging me to create and to go beyond what I know about myself.


Diz o meu nome
pronuncia-o
como se as sílabas te queimassem os lábios
sopra-o com a suavidade
de uma confidência
para que o escuro apeteça
para que se desatem os teus cabelos
para que aconteça
Porque eu cresço para ti
sou eu dentro de ti
que bebe a última gota
e te conduzo a um lugar
sem tempo nem contorno
Porque apenas para os teus olhos
sou gesto e cor
e dentro de ti
me recolho ferido
exausto dos combates
em que a mim próprio me venci
Porque a minha mão infatigável
procura o interior e o avesso
da aparência
porque o tempo em que vivo
morre de ser ontem
e é urgente de navegar
outro rumo outro pulsar
para dar esperança aos portos
que aguardam pensativos
No húmido centro da noite
diz o meu nome
como se eu te fosse estranho
como se fosse intruso
para que eu mesmo me desconheça
e me sobressalte
quando suavemente
pronunciares o meu nome
Mia Couto [poemas escolhidos], 2006

Freedom is always a gesture. When an intention escapes the imagination and materializes in an action: freedom.
Text by Paulo Kellerman

Vês o hálito que se desprende do mar quando estás distraída?
Fotografia | photograph by Matteo Magni (Ubris Project)
Fotografar palavras | transformar palavra em fotografia (to turn word into photography)
Projeto criado pelo Paulo Kellerman. Distribuindo arte e beleza desde 2016. Diariamente.

Será que se deixar de me olhar ao espelho conseguirei esquecer o meu rosto? Conseguirei esquecer como sou, o que sou, quem sou? Conseguirei esquecer-me?
Texto| text: Paulo Kellerman


Das coisas bonitas deste ano: fotografar o espetáculo COSMOFOBIA, com o Grupo de Pesquisa e Criação e Marcio Cunha

Na publicação # 4999 do Fotografar palavras, a parceria é com o querido Jorge VAz Dias.
Há sempre alguma solidão
Em quartos de hotel
Tal como um prenúncio
De escandaleira.
Há quem se suicide
Neles
E há que morra por segundos
Por prazer.
There is always a certain loneliness
In hotel rooms
Like a prelude
To scandal.
Some people commit suicide
There
And some die for seconds
For pleasure.
Texto | Text: Jorge VAz Dias
Fotografar palavras, projeto bonito do Paulo Kellerman. Nossa casa poética; lugar de encontros e afetos. Desde 2016.

Quando o vento aparece
Mostrando sua face invisível,
O mar sempre escurece
Cobrindo seu limite impossível…
Mas quando o mar entoa
Sua canção de mil sereias,
O vento, então, ecoa,
Fazendo luzir mil candeias…
O vento sopra o mar
E o mar encanta o vento…
Em si, tão diferentes,
Apenas tons de um mesmo momento…
Palavras: Marta Chagas (03/08/2010)


[series]

“As imagens existem antes de entrar nos olhos de um sujeito que observa um espelho.”
Emanuele Coccia (A vida sensível)

There are times when I like to talk to absence. We have gotten to know each other well.
text by Paulo Kellerman
for Portable link

There is a certain way of breathing in which the body enters into perfect harmony with the universe; a way in which they breathe together. It’s something you practice. Or that you imagine.
Text by Paulo Kellerman
Portable Link, a dialogue between photography and literature