
Por quanto tempo consigo suspender os meus sonhos?
For how long can I bear to suspend my dreams?
Texto | Text: Ana Gilbert
Fotografia | Photography: Linus Wincenth
Fotografar palavras, projeto bonito do Paulo Kellerman, desde 2016

Por quanto tempo consigo suspender os meus sonhos?
For how long can I bear to suspend my dreams?
Texto | Text: Ana Gilbert
Fotografia | Photography: Linus Wincenth
Fotografar palavras, projeto bonito do Paulo Kellerman, desde 2016

“Each morning a vision came to me. Gradually I understood that these were naked glimpses of my soul.
I called them Nudes.
Nude # 1. Woman alone on a hill. She stands into the wind.”
Anne Carson (The glass essay)

(Anathema)

Meu ensaio fotográfico CLARICEANA está na Revista Tangerine # 10, na companhia de outros trabalhos lindos.


Este ensaio foi inspirado no livro Água Viva, de Clarice Lispector. Nele, autorretratos dialogam com paisagens aquáticas, oníricas em sua fluidez e atemporalidade, onde o dentro e o fora se confundem e se complementam. Juntos, formam paisagens internas, imagens-palavras que convidam à experiência sensorial, ao mergulho em águas profundas, onde luz e sombra se fazem presentes e explicitam tensões.
O fascínio exercido por essa zona limítrofe, a superfície da água, demarca a fronteira entre a vigília e o sono, entre as instâncias da psique (consciência e inconsciente). As imagens nos levam a percorrer trilhas fragmentadas e poéticas, marcadas pela alternância entre movimento e quietude. Experienciamos a relação com o espaço que nos circunda. Um espaço que é ao mesmo tempo externo e interno, Cheio e vazio. Um espaço que se descortina estranho e ampliado quando vislumbrado na superfície refletora da água ou do espelho. Múltiplos espelhos, múltiplas imagens: de nós e do mundo que habitamos e que nos habita. Instantes- já da relação “eu-tu”, coagulados como fotografias. Cenas e o seu avesso. A realidade enviesada.
O ensaio oferece a experiência pura do fluxo de vida, do instante que é como o silêncio que está no silêncio das coisas e não pode ser ouvido, a não ser com o corpo inteiro; como uma realidade que se cria a partir da escuridão e do sonho. A partir da imaginação.
Água, ar, planta, corpo. A alternância entre a sensação de dissolução e a aventura arriscada de fixar a delicadeza do encontro eu-outro, eu-mundo. Clariceana é uma tentativa de capturar o incapturável: a respiração que rege a ordem do mundo, do meu mundo. O ritmo da pulsação. A liberdade de vida e morte. O seu mistério. Efemeridade e eternidade em mim.

Hoje, no Fotografar palavras, publicação trilíngue :))
Foto minha para o lindo texto de Jelena Stankovic [@butterfly.in.poetry]
“Num sonho ando acordada, na realidade sonho.”
[In a dream I walk awake, in reality I dream.]
[[U snu hodam budna, u realnosti sanjam.]]
Projeto lindo do Paulo Kellerman

Dancing is a way of dreaming.

“One does not run away: one imagines or dreams that runs away. And sometimes what one imagines or dreams almost seems like reality.”
Words | Paulo Kellerman

“Alguns dos mais profundos sonhos são palavras desconhecidas.”
Foto minha para o texto de Cristina Vicente, no Fotografar palavras, esse projeto bonito, criado e coordenado pelo Paulo Kellerman.


“Todas as noites sonho memórias novas.”
Fotografar palavras
Projeto e texto | Paulo Kellerman
Fotos | Ana Gilbert
Cumplicidade entre imagens e palavras, entre afetos e talentos



“Para que me serviram os sonhos que sonhei?”
Pipocas, conto de Liliana Silva, na Antologia Minimalista

“O sonho é a minha casa.”
Fotografar palavras
Projeto e texto | Paulo Kellerman
Fotos | Ana Gilbert
FOTOGRAFAR PALAVRAS: 5 anos, 3000+ publicações
Dose diária de poesia em imagens e palavras

“O sonho é a minha casa.”



A vida será sempre sonho.
Fotografar palavras
Projeto | Paulo Kellerman
Texto | Ana Gilbert
Foto | Peter A. Gilbert

[rosa dos ventos]
o coração apontava
um rumo contrário oposto
e surdos seguiam os pés
cada passo a esmagar
uma pétala um sonho
Fotografar palavras
Projeto | Paulo Kellerman
Texto | Dulci Dantas
Foto | Ana Gilbert

“O mundo vive pra dentro, cegando-se ao sol do sonho.”
João Gilberto Noll (Mínimos, múltiplos, comuns, 2003)