
It’s the body that measures the passage of time.
Do you want to touch time?
text by Paulo Kellerman

A pele nunca adormece.
The skin never sleeps.
Texto | Text: Ana Gilbert
Fotografia | Photography: Carolina Geiger
Fotografar palavras, projeto de liberdade artística criado pelo Paulo Kellerman e que se transformou numa casa poética para todos nós. Desde 2016.

All memories are traces of tears.
Wong Kar Wai (2046)

Fecho os olhos. E aguardo.
O clique acontece por dentro e o dedo aciona o disparador.
Não sei o que fotografei.
(nunca sei. iludo-me.)
I close my eyes. And wait.
The click happens within, and my finger presses the shutter button.
I don’t know what I’ve captured.
(I never do. I delude myself.)



a construção das delicadezas.
a ilustração da flor é da Maraia
a materialização da caixa é da Eliana do Yume Ateliê & Design
o design é do Licínio Florêncio
os textos e as fotos são nossos
Paulo Kellerman e Ana Gilbert
as encomendas são pelo email: ana.cbgilbert@yahoo.com
tiragem limitada, exemplares numerados
edição bilíngue [bilingual edition]



a batida da percussão alinha os corações.
arrebata.
encontro. partilha. afetos. e esse talento todo da querida Laura Villela.

“É difícil aprender a ser”
Hellington Vieira (rua nove casa vinte e um)


Em algum lugar no tempo, há sempre uma dança a acontecer.

Observa: olhos como dedos, dedos que querem tocar.

a recusa que nos separa.

I fall.
[Morrisey, Dial a cliche]

Até o silêncio teimava em fugir.
Even silence stubbornly tried to flee.
Texto | Text: Mónia Camacho
Fotografar palavras, a nossa casa poética. Desde 2016. Criação e curadoria: Paulo Kellerman



Roto está
o meu
mun do
e não há agulha
que o remende.
Lúcia Vicente, Do dia que passa e além-mar (2025)
da coleção de poesia da nossa Minimalista
encomendas: minimalista.editora@gmail.com ou por DM

Pestanejamos nimbos e naipes inventraçados.
Simples escovadoras
a perolizar
a capela sistina
das palavras.
Escovamos com pestanas opala-arlequim.
Cardealinas, sangue-de-Adão.
Assim nascem(os) sonhos e perolices.
Poema | Ana Sofia Elias

Como se estivéssemos sentadas
Nas escadas da casa do bairro
A cumprimentar as aldeãs aprilinas
Nácares perolizantes
cabelo de copas e espadas
Preso com um gancho
a lembrar os países que ainda não conheço.
Estadualizei o carpo negro na cruz opalina que levavam ao peito
Só a minha linchagem
era de cor anilada
Enrugamento no céu da boca
E pestanejámos palavras nimbadas enquanto os castores e as rosas-de-toucar azulinavam os valetes e as damas e toscanejavam num murmúrio verdeal.
[o belo poema de Ana Sofia Elias]

Costumas lembrar dos sonhos?
