
a pele nunca adormece



Estar parado também é uma forma de avançar, mas mais lenta.
[Standing still is also a way of moving forward, but a slower one.]

“Lê a energia que está no meu silêncio.”
Clarice Lispector (Água viva, 1998)



Este foi o começo: um olhar atento para a arquitetura do corpo. Tão sedutor quanto preciso. Pensou.
This was the beginning: a close look at the architecture of the body. As seductive as precise. She thought.



É com grande alegria que anuncio a publicação de GEOGRAFIAS CORPORAIS, livro com fotografias minhas e contos inéditos do querido amigo Paulo Kellerman.
Poderia dizer muitas coisas sobre o livro; sobre os 4 anos de trabalho intenso, sobre as idas e vindas até chegar a este momento. Ou sobre o quanto sou grata a cada um dos bailarinos da Pulsar Companhia de Dança e do grupo Te Encontro lá no Cacilda, por me receberem de braços abertos; ao Paulo, por embarcar comigo nesta aventura maravilhosa; ao Licínio Florêncio, ao Éder Ribeiro, à Alter Edições e à Pigma, por nos ajudarem a materializar este sonho.
Porém, o que sinto é que não há palavra capaz de traduzir a emoção que me vai cá dentro ao vê-lo no mundo. [sorrio]
APRESENTAÇÃO em breve!!
Já podem reservar / encomendar pelo email:
[for orders]
geografiascorporais@gmail.com
[ENGLISH VERSION AVAILABLE]
Geografias Corporais é um projeto desenvolvido em 2018 com a Pulsar Companhia de Dança o grupo de pesquisa sobre o movimento Te Encontro lá no Cacilda. Surgiu no âmbito de uma publicação acadêmica sobre arte, estética de resiliência, corpo, deficiência e as múltiplas corporeidades, com o intuito de questionar e desestabilizar a ideia de corpo normal como universal. O projeto tornou-se, ele mesmo, uma produção artística, entrelaçando fotografia e literatura. Ganhou corpo, infiltrou-se na pele, tomou conta de boa parte da vida durante quatro anos. Envolveu pessoas e afetos. Partes dele foram publicadas aqui e ali. E agora, torna-se do mundo. Por inteiro.

E se o tempo for como um corredor?
Estou aqui e olho lá para o fundo. Avanço. Tenho pressa, mas não quero chegar. Hesito. Ou quero chegar, mas não tenho pressa. Hesito. Preocupa-me que o tempo se esgote.
Quando chegar lá ao fundo, terminará a viagem. O tempo.
Porque tudo o que tenho é este corredor. Este tempo.
Mas.
E se quando chegar lá ao fundo, regressar aqui?
Poderia navegar no corredor, daqui para lá e de lá para aqui. Não estaria a ultrapassar os limites do espaço (tempo), mas apenas a gerir o tempo (espaço) que tenho.
E se.
What if time is like a hallway?
I’m here and I’m looking at the end of the hallway. I come forward. I’m in a hurry, but I don’t want to arrive. I hesitate. Or I want to arrive, but I’m in no hurry. I hesitate. I worry that time is running out.
When I reach the end, the journey will be over. Time will be over. Because all I have is this hallway. This time.
But.
What if when I get to the end, I come back here?
I could navigate down the hallway, from here to there and from there to here. I would not be going beyond the limits of space (time), but just managing the time (space) that I have.
What if.
Texto: Paulo Kellerman




A luz toca o espaço; derrama-se na pele.
Locação: Cidade das Artes, Rio de Janeiro


“As nuvens passam, vagarosas e indiferentes.
Porque nunca param para nos escutar?”
Fotografar palavras
Projeto e texto | Paulo Kellerman
Foto | Ana Gilbert

“Estou a pensar, e pensar é uma forma de movimento.”
Fotografar palavras
Projeto e texto | Paulo Kellerman
Foto| Ana Gilbert


“Time keeps flowing like a river to the sea.”
(The Alan Parsons Project)

“uma gota com a força do rio, que cada gota é rio
um rio com a pureza da gota, que o rio são gotas”
Palavras | Luís Rodrigues

