
caminhar de mãos vazias

caminhar de mãos vazias

[a partir da exposição de fotografia Impermanências, de Carla de Sousa.
Em Leiria, Portugal.

XXXIX
Não sei o que prefiro:
Se o beijo
Ou aqueles três segundos que antecedem o beijo.
Aqueles três segundos em que tudo é certeza
E desejo,
Destino e inevitabilidade.
Os três segundos que parecem explicar e justificar
A existência do Universo,
E dar sentido à vida.
Preferes o beijo ou os três segundos que o antecedem?
____________
E QUANDO ACABAREM AS PERGUNTAS?
Edição Sem Editora
[a delicada poesia do Paulo Kellerman]

XLII
O prazer é luz
E o pensamento é sombra.
Quero arder.
E tu?
E QUANDO ACABAREM AS PERGUNTAS?
Edição Sem Editora
[a poesia de Paulo Kellerman]

Como alcançar-te no teu mundo?



“sinto qualquer coisa extraordinária
quando nos desenhamos em desalinho
da pele alinhada com o coração”
Fotografar palavras, projeto do Paulo Kellerman e que sentimos como nosso. Dose diária de arte.
A parceria de hoje é com a querida Isabel Pires

“Tu és o encoberto lado
da palavra que desnudo”
Mia Couto [poemas escolhidos]

“Pensar que a gente cessa é íngreme. Minha alegria ficou sem voz.”
Manoel de Barros (Livro sobre nada)


“Agora, sente o toque da liberdade: no espírito, no pensamento, no corpo. Nunca lhe ocorrera antes que a liberdade pudesse ser apenas isso: leveza. Mas agora sabe.”
Fotografar palavras
Projeto e texto | Paulo Kellerman
Foto | Ana Gilbert






Do encontro e da cumplicidade entre palavras e imagens.
Um enorme obrigada ao Breve Leonardo por esta sintonia espontânea, delicada e bela.
sabe a poema inocente
o murmúrio de luz que
se inclina nas manhãs raras
estas – onde corpo ainda está aberto ao mundo – esta
onde o corpo acorda sereno,
não resiste.
por assim dizer,
a espessa álgebra do dia ainda não se fez sentir na rotina inquieta
da voz – como osso dormente e demais,
no corpo.
por assim dizer,
nesta manhã rara
as diminutas sílabas – soltas da palavra – ainda não ocupam espaço
como a pedra brisa
ou cinza vaga que
suspensos
sabem a poema. sabem
a luz ou poema – tão intacto
inocente.



A luz toca o espaço; derrama-se na pele.
Locação: Cidade das Artes, Rio de Janeiro