Quatro anos da Minimalista

Há quatro anos, durante a pandemia, surgia a nossa editora Minimalista.

Doze escritores, uma ilustradora, dois designers: a Minimalista é feita de talentos e afetos, numa geografia de criação que une Portugal e Brasil.

Quatro anos depois, a 13ª publicação acaba de ser lançada – Liberdade Minimalista.
Romances | contos | antologias | fotografia | infanto-juvenil.

Obrigada a todas e todos que nos acompanham :))

gostamos de livros | lemos livros | escrevemos livros | publicamos livros

minimalista.editora@gmail.com

Exposição # 5 FOTOGRAFAR PALAVRAS

FOTOGRAFAR PALAVRAS Exhibition

É sempre uma alegria fazer parte da exposição do projeto Fotografar Palavras, a quinta que acontece no m|i|mo – museu da imagem em movimento, entre 18 de maio e 31 de outubro de 2024.
É estimulante participar de um projeto que continua a nos desafiar depois de tantos anos. Assim é o Fotografar Palavras e assim é o Paulo Kellerman, que o concebeu de forma despretensiosa e que o mantém em sua complexidade crescente, conciliando talentos, estilos e geografias, como uma casa artística para toda(o)s nós.
Obrigada, Paulo, sempre, pelos voos que o projeto nos permite.

Um abraço a todas e todos que partilham dessa alegria como vivência diária.

E até breve!

Fotografar palavras # 4467

Liturgias

Poemas são orações que se escutam nas ruínas de um convento
São rezas matinais em busca da salvação
Poemas são murmúrios de monjas enclausuradas
Que escrevem palavras ilegíveis com os pés no chão de pedra
São como credos depositados no altar para dizer a nossa solidão
Poemas são cânticos de louvor entoados por anjos exilados
Em igrejas à espera de libertação
Anunciações de uma verdade pura e redentora
No ventre impossível de uma virgem estéril
Contas de um rosário de Ave Marias
A procurar narrar o mistério do mundo
Poemas são flagelos
Chagas abertas em corpos incomunicáveis e crucificados como o meu
Sem sacrifício ou Agnus Dei profético que o consiga resgatar
Poemas são rituais litúrgicos
Pautas de música gregoriana com o som da tua voz a ecoar dentro de mim
Livro de Salmos de um amor impossível.

Liturgies

Poems are prayers heard in the ruins of a convent
They are morning prayers in search of salvation
Poems are the murmurs of cloistered nuns
Who write illegible words with their feet on the stone floor
They are like creeds placed on the altar to tell of our loneliness
Poems are songs of praise sung by exiled angels
In churches waiting for liberation
Announcements of a pure and redeeming truth
In the impossible womb of a sterile virgin
Beads from a rosary of Hail Marys
Trying to narrate the mystery of the world
Poems are scourges
Open wounds on incommunicable and crucified bodies like mine
With no sacrifice or prophetic Agnus Dei to rescue it
Poems are liturgical rituals
Staves of Gregorian music with the sound of your voice echoing inside me
A book of Psalms for an impossible love.

Texto | Text: Ana Paula Jardim
Fotografia | Photography: Ana Gilbert

FOTOGRAFAR PALAVRAS, este nosso projeto bonito, criado e dinamizado pelo Paulo Kellerman

Back to the start

Back to the start

They don’t understand
They don’t understand
They don’t understand
They don’t understand

And all I need is you
Just all I need is you

They don’t understand
‘Cause they don’t talk for me
There ain’t no master plan
I came here to make peace
I’m only made to suffer
I’m only made to care
And all the time in the world
Gonna wish until it hurts
‘Cause they don’t understand

And all I need is you
But you don’t know it’s true
And all I need is you
But you don’t know it’s true
It’s impossible
Unbelievable
Do you see it now?
Do you see it now?
And our lives coming back to the start

Back to the start
Back to the start
Back to the start
Back to the start

(Anathema)

Memórias

certas memórias existem apenas no corpo.

some memories exist only in the body.

Sonhando rajadas

O livro A chama de Adrião Blávio (2020), de Joana M. Lopes, é hipnótico em sua beleza poética e cortante. É inesgotável na capacidade de suscitar imagens em mim. A cada leitura, uma torrente de possibilidades imagéticas se apresenta e, eventualmente, sinto vontade de coagular uma delas em fotografia. Como agora. Mesmo sabendo que é apenas uma leitura parcial e imprecisa de algo muito maior.

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Sonhando rajadas

Dissolução e êxtase. Verdade ancestral, antes do pensamento. Pássaros com olhos feitos de vento. Asas sou e nuvens e um bico flamejante atravessando um tecto em absoluta expansão. É o perfume da Tília que se espalha, é o pólen que em ti dança e explode, Lázara, hipnótica brisa na seara. Toco-te em toda parte, pois és em todo o lado. Orgia intocável do tudo. Pulmões como grutas insufladas do teu nome. Vento inaugurando o mundo. Respiro-te, Lázara: hálito quente, palpitação carnívora, eco cardíaco repercutido no ar. Rajada absoluta onde me desagrego.

E chegaram a Portugal…

GEOGRAFIAS CORPORAIS

Uma colaboração Brasil-Portugal

Fotografia: Ana Gilbert
Texto: Paulo Kellerman

Alter Edições, 2022

Projeto Gráfico: Licínio Florêncio
Coordenação Editorial: Eder Ribeiro

encomendas / orders:
geografiascorporais@gmail.com

[ENGLISH VERSION AVAILABLE]