Ir para conteúdo
Sutilezas do olhar
Sutilezas do olhar

Sutilezas do olhar

Fotografia | Ana Gilbert

Descer para o conteúdo

Posts

Publicado em dezembro 24, 2017

54BD7DE2-CE35-46C4-87EB-F30D341540E2

Publicado em dezembro 24, 2017

Publicado em dezembro 24, 2017

Publicado em dezembro 24, 2017dezembro 24, 2017

Publicado em dezembro 24, 2017dezembro 24, 2017

Publicado em dezembro 24, 2017dezembro 24, 2017

Publicado em dezembro 24, 2017dezembro 24, 2017

Publicado em dezembro 24, 2017dezembro 24, 2017

Navegação por posts

Página anterior Página 1 … Página 18 Página 19 Página 20 … Página 26 Próxima página

Desejo de presença

Danço, secretamente nua, por baixo do véu da realidade.
Danço, secretamente nua, por baixo do véu da realidade.
A luz entra pela fresta da manhã e ilumina os cantos escuros da casa, assim como os teus olhos acordam os meus sentidos na penumbra do corpo.
A luz entra pela fresta da manhã e ilumina os cantos escuros da casa, assim como os teus olhos acordam os meus sentidos na penumbra do corpo.
“Talvez, afinal, o propósito da vida seja a conservação dos sonhos, sendo os homens meros instrumentos da sua sobrevivência, simples receptáculos. Ou talvez sejam os sonhos, em abstracto, aquilo a que se chama deus.”
“Talvez, afinal, o propósito da vida seja a conservação dos sonhos, sendo os homens meros instrumentos da sua sobrevivência, simples receptáculos. Ou talvez sejam os sonhos, em abstracto, aquilo a que se chama deus.”
"É nos abraços de luz que a coragem comanda os membros que se submetem a ir no anseio de ficar."
“É nos abraços de luz que a coragem comanda os membros que se submetem a ir no anseio de ficar.”
"Sou o corpo suspenso que oscila entre as preces no bordel e as ereções no convento"
“Sou o corpo suspenso que oscila entre as preces no bordel e as ereções no convento”
"Observo-te à distância. À distância insegura de um toque, de um gesto, à distância insegura de uma inspiração-expiração-inspiração, à distância insegura do olhar que é também carícia. Observo-te, e penso que sequer suspeitas o que sinto. Talvez imagines que estou aqui sem me envolver, alheia a ti, sensação apenas. Talvez não. Observo-te: contornos, textura, movimento. Observo-te na solidão da tua presença, na tristeza do encontro, na possibilidade de prazer (ou será dor?). Tocas-me. Com a ponta do cigarro acesa. É parte do teu prazer. Estremeço. Já não sinto dor. Já não sei a diferença entre dor e prazer. Tento concentrar-me em cada pedaço de mim que ganha vida própria ao teu toque. Mas o pensamento é como um compartimento estanque, isolado das sensações, a seguir seus próprios caminhos. É preciso que seja assim. E continuo a pensar. Já não sei a diferença entre dor e prazer. Os dois parecem parte da mesma coisa. Tento convencer-me de que é assim, de que esta é uma forma de amor, a tua forma de amar. Talvez desejes que seja imune a tua sedução, que apenas ceda aos meus próprios desejos (quais?), aproveite o momento, não tenha anseios. Talvez. Imagino que não sou o que queres de mim. Seria isso? Hesito por um instante. Observo-me. Estou à beira da entrega. Acho que o faço por prazer (ou será medo?). Não sabes da minha insegurança, sabes? Se soubesses, o que farias? Agredirias mais? Machucarias com mais requinte? Irias embora, deixando-me em abandono? Talvez não. Serei eu a desconhecer-te? A desconhecer-me? Queria odiar-te e tornar-me inteira no ódio. Mas não tenho forças. Meus fragmentos estão espalhados. Observo-te à distância, insegura do que ser depois, depois, quando me dissolver em ti e nada mais fizer sentido. Não agora."
“Observo-te à distância. À distância insegura de um toque, de um gesto, à distância insegura de uma inspiração-expiração-inspiração, à distância insegura do olhar que é também carícia. Observo-te, e penso que sequer suspeitas o que sinto. Talvez imagines que estou aqui sem me envolver, alheia a ti, sensação apenas. Talvez não. Observo-te: contornos, textura, movimento. Observo-te na solidão da tua presença, na tristeza do encontro, na possibilidade de prazer (ou será dor?). Tocas-me. Com a ponta do cigarro acesa. É parte do teu prazer. Estremeço. Já não sinto dor. Já não sei a diferença entre dor e prazer. Tento concentrar-me em cada pedaço de mim que ganha vida própria ao teu toque. Mas o pensamento é como um compartimento estanque, isolado das sensações, a seguir seus próprios caminhos. É preciso que seja assim. E continuo a pensar. Já não sei a diferença entre dor e prazer. Os dois parecem parte da mesma coisa. Tento convencer-me de que é assim, de que esta é uma forma de amor, a tua forma de amar. Talvez desejes que seja imune a tua sedução, que apenas ceda aos meus próprios desejos (quais?), aproveite o momento, não tenha anseios. Talvez. Imagino que não sou o que queres de mim. Seria isso? Hesito por um instante. Observo-me. Estou à beira da entrega. Acho que o faço por prazer (ou será medo?). Não sabes da minha insegurança, sabes? Se soubesses, o que farias? Agredirias mais? Machucarias com mais requinte? Irias embora, deixando-me em abandono? Talvez não. Serei eu a desconhecer-te? A desconhecer-me? Queria odiar-te e tornar-me inteira no ódio. Mas não tenho forças. Meus fragmentos estão espalhados. Observo-te à distância, insegura do que ser depois, depois, quando me dissolver em ti e nada mais fizer sentido. Não agora.”
“Quais serão os sonhos da minha pele?”
“Quais serão os sonhos da minha pele?”
“Vou despir-te de tudo o que és, deixar-te nua de ser. Vou despir-te até seres apenas corpo.”
“Vou despir-te de tudo o que és, deixar-te nua de ser. Vou despir-te até seres apenas corpo.”
Finges não perceber o que me acontece.
Finges não perceber o que me acontece.
“Ainda de pé, continuas a despir-te; lentamente, tão lentamente. Sem me olhar: esquecida de mim.”
“Ainda de pé, continuas a despir-te; lentamente, tão lentamente. Sem me olhar: esquecida de mim.”
Projeto com Paulo Kellerman
Projeto com Paulo Kellerman
a dança é como um transbordamento de mim...
a dança é como um transbordamento de mim…
escrevo no teu corpo com as mãos letras trêmulas, a princípio firmes, depois inscrevo-me na tua pele e mais fundo. memorizo teus poros, decoro geografias, lentamente. aquilo que conhecerei de ti me será contado pelos meus dedos para que possa sonhar contigo. saberás o sonho.
escrevo no teu corpo com as mãos letras trêmulas, a princípio firmes, depois inscrevo-me na tua pele e mais fundo. memorizo teus poros, decoro geografias, lentamente. aquilo que conhecerei de ti me será contado pelos meus dedos para que possa sonhar contigo. saberás o sonho.
"Lá fora o vento ruge, violento. Ou se calhar é dentro de si. Não sabe."
“Lá fora o vento ruge, violento. Ou se calhar é dentro de si. Não sabe.”
Colaboração com Lorena Kim Richter
"Dança-me."
“Dança-me.”
"Viver sem paixão é uma espécie de morte."
“Viver sem paixão é uma espécie de morte.”
“Presa ao teu olhar pressinto o encaixe perfeito em meu corpo, tua boca procurando a minha, trazendo ao meu desejo o esperado sabor de tua saliva e permito que me vasculhes até o teu prazer encontrar o meu para ambos desabarmos aliviados, deglutindo em silêncio o esperado final desse encontro.”
“Presa ao teu olhar pressinto o encaixe perfeito em meu corpo, tua boca procurando a minha, trazendo ao meu desejo o esperado sabor de tua saliva e permito que me vasculhes até o teu prazer encontrar o meu para ambos desabarmos aliviados, deglutindo em silêncio o esperado final desse encontro.”
Ando em busca da minha humanidade, tão diferente de tudo ou será tão igual?
Ando em busca da minha humanidade, tão diferente de tudo ou será tão igual?

Geografias corporais

Geografias corporais
Geografias corporais
Geografias corporais

As imagens das palavras | Fotos do projeto Fotografar palavras

"Importa-se de parar de olhar para mim?"
“Importa-se de parar de olhar para mim?”
“Não havia pedaço da velha varanda fora do lugar. O musgo bebia as manhãs. Em frente à grade férrea, a pedra segurava o vento. As portas esverdeavam. Atrás delas, Maria respirava. Abaixo o degrau rochoso coberto pelo tempo, uma erva daninha tomava posse. Crescia, crescia como se tivesse nascido apenas para isso. Cada dia uma nova folha, um caminho a se abrir no meio da pedreira. Subia pela escada ao encontro de Maria. Velha, de olhos vivos enxergava pouco. Abria-se para dentro. Só saía de manhã. Gostava de ouvir o sol. O vermelho sangue e o laranja chegavam quietos. Depois descascavam. O amarelo brilhante ofuscava de vez a noite. Mas era ruidoso e Maria voltava para a casa de portas verde oliva. Por muito tempo, não gostou de pensar em origens. As suas eram as dos outros. Passou a viver ali, quando as crianças dos patrões nasceram. No dia em que fez 15 anos, o pai dos meninos foi embora. Bordou a toalha de linho, que hoje amarela esquecida, enquanto a patroa tecia outro filho. Era sempre o marco. Delimitava terras alheias. Talvez, havia amor nisso. Agora, alguém nascia por ela. Primeiro debaixo da pedra. Respirava forte, a erva daninha. Rachou o topo da escada e pela varanda veio à luz. Crescia para Maria, somente para ela. Cada dia mais perto, a velha a percebeu quando foi ouvir o sol. A erva se aninhou no arco de seu pé. Ao toque da pele calejada, amaciou-se entre os dedos. Subiu as pernas. Tomou as suas cavidades. Maria não se movia. Já não era uma. Imaginava-se flor por toda parte. O corpo talhado. A varanda silvestre mergulhava no último amanhecer. As portas oliva rangiam. A pedra não segurava mais o vento. E a mulher, cega dos dois olhos, nasceu de vez.”
“Não havia pedaço da velha varanda fora do lugar. O musgo bebia as manhãs. Em frente à grade férrea, a pedra segurava o vento. As portas esverdeavam. Atrás delas, Maria respirava. Abaixo o degrau rochoso coberto pelo tempo, uma erva daninha tomava posse. Crescia, crescia como se tivesse nascido apenas para isso. Cada dia uma nova folha, um caminho a se abrir no meio da pedreira. Subia pela escada ao encontro de Maria. Velha, de olhos vivos enxergava pouco. Abria-se para dentro. Só saía de manhã. Gostava de ouvir o sol. O vermelho sangue e o laranja chegavam quietos. Depois descascavam. O amarelo brilhante ofuscava de vez a noite. Mas era ruidoso e Maria voltava para a casa de portas verde oliva. Por muito tempo, não gostou de pensar em origens. As suas eram as dos outros. Passou a viver ali, quando as crianças dos patrões nasceram. No dia em que fez 15 anos, o pai dos meninos foi embora. Bordou a toalha de linho, que hoje amarela esquecida, enquanto a patroa tecia outro filho. Era sempre o marco. Delimitava terras alheias. Talvez, havia amor nisso. Agora, alguém nascia por ela. Primeiro debaixo da pedra. Respirava forte, a erva daninha. Rachou o topo da escada e pela varanda veio à luz. Crescia para Maria, somente para ela. Cada dia mais perto, a velha a percebeu quando foi ouvir o sol. A erva se aninhou no arco de seu pé. Ao toque da pele calejada, amaciou-se entre os dedos. Subiu as pernas. Tomou as suas cavidades. Maria não se movia. Já não era uma. Imaginava-se flor por toda parte. O corpo talhado. A varanda silvestre mergulhava no último amanhecer. As portas oliva rangiam. A pedra não segurava mais o vento. E a mulher, cega dos dois olhos, nasceu de vez.”
“Quando voou, percebeu o quanto cansada estava de andar. Dos passos que já não se faziam sentir, ruidosos nas voltas que davam anunciando chegadas adunadas em partidas. Cansada, dos lugares perfeitos ao olhar que apenas retinham o corpo. Da terra pisada por muitos fingindo apenas beijar os seus pés. Talvez o céu guardasse um pedacinho só dela, onde o silêncio a fizesse despertar. Talvez uma nuvem onde repousasse o coração. Quando o coração repousa, desprovimo-nos de emoções. Os olhos ganham a cor da clareza encaixando peças nos puzzles que se recusam completar. Pedaços de vida que encaixotamos em saudade. Talvez no céu existisse quem voasse como ela. Quem fizesse brotar nas mãos páginas que cevam o voo. Livros que se abrem, por desvelo, no capítulo que mais faz impelir. Asas de papel de estórias infinitas, reescritas por quem é, e sabe dar, felicidade. Talvez, uma vez no céu, pudesse mudar as estrelas. Criar constelações que partilhassem o brilho com quem se quer encontrar. Por sermos reflexos de luz só somos visíveis a quem nos consegue iluminar. Um fundir de cores libertadas em sorrisos de genuínos sentimentos. São aqueles que existem para além do sangue que percorre a carne, que saboreiam o azul que envolve todos os outros. Talvez o céu pertença aos que voam pela sua essência de, somente, fazer voar…”
“Quando voou, percebeu o quanto cansada estava de andar. Dos passos que já não se faziam sentir, ruidosos nas voltas que davam anunciando chegadas adunadas em partidas. Cansada, dos lugares perfeitos ao olhar que apenas retinham o corpo. Da terra pisada por muitos fingindo apenas beijar os seus pés. Talvez o céu guardasse um pedacinho só dela, onde o silêncio a fizesse despertar. Talvez uma nuvem onde repousasse o coração. Quando o coração repousa, desprovimo-nos de emoções. Os olhos ganham a cor da clareza encaixando peças nos puzzles que se recusam completar. Pedaços de vida que encaixotamos em saudade. Talvez no céu existisse quem voasse como ela. Quem fizesse brotar nas mãos páginas que cevam o voo. Livros que se abrem, por desvelo, no capítulo que mais faz impelir. Asas de papel de estórias infinitas, reescritas por quem é, e sabe dar, felicidade. Talvez, uma vez no céu, pudesse mudar as estrelas. Criar constelações que partilhassem o brilho com quem se quer encontrar. Por sermos reflexos de luz só somos visíveis a quem nos consegue iluminar. Um fundir de cores libertadas em sorrisos de genuínos sentimentos. São aqueles que existem para além do sangue que percorre a carne, que saboreiam o azul que envolve todos os outros. Talvez o céu pertença aos que voam pela sua essência de, somente, fazer voar…”
Colaboração com Lorena Kim Richter
"É nos abraços de luz que a coragem comanda os membros que se submetem a ir no anseio de ficar."
“É nos abraços de luz que a coragem comanda os membros que se submetem a ir no anseio de ficar.”
"Vou roubar o luar, afinal é de prata quando reflete na água."
“Vou roubar o luar, afinal é de prata quando reflete na água.”
"Tenho a certeza de que nada é tão nosso, do que aquilo que dizemos. Se o dizemos. E depois há as palavras que são silêncio."
“Tenho a certeza de que nada é tão nosso, do que aquilo que dizemos. Se o dizemos. E depois há as palavras que são silêncio.”
"Observo-te à distância. À distância insegura de um toque, de um gesto, à distância insegura de uma inspiração-expiração-inspiração, à distância insegura do olhar que é também carícia. Observo-te, e penso que sequer suspeitas o que sinto. Talvez imagines que estou aqui sem me envolver, alheia a ti, sensação apenas. Talvez não. Observo-te: contornos, textura, movimento. Observo-te na solidão da tua presença, na tristeza do encontro, na possibilidade de prazer (ou será dor?). Tocas-me. Com a ponta do cigarro acesa. É parte do teu prazer. Estremeço. Já não sinto dor. Já não sei a diferença entre dor e prazer. Tento concentrar-me em cada pedaço de mim que ganha vida própria ao teu toque. Mas o pensamento é como um compartimento estanque, isolado das sensações, a seguir seus próprios caminhos. É preciso que seja assim. E continuo a pensar. Já não sei a diferença entre dor e prazer. Os dois parecem parte da mesma coisa. Tento convencer-me de que é assim, de que esta é uma forma de amor, a tua forma de amar. Talvez desejes que seja imune a tua sedução, que apenas ceda aos meus próprios desejos (quais?), aproveite o momento, não tenha anseios. Talvez. Imagino que não sou o que queres de mim. Seria isso? Hesito por um instante. Observo-me. Estou à beira da entrega. Acho que o faço por prazer (ou será medo?). Não sabes da minha insegurança, sabes? Se soubesses, o que farias? Agredirias mais? Machucarias com mais requinte? Irias embora, deixando-me em abandono? Talvez não. Serei eu a desconhecer-te? A desconhecer-me? Queria odiar-te e tornar-me inteira no ódio. Mas não tenho forças. Meus fragmentos estão espalhados. Observo-te à distância, insegura do que ser depois, depois, quando me dissolver em ti e nada mais fizer sentido. Não agora."
“Observo-te à distância. À distância insegura de um toque, de um gesto, à distância insegura de uma inspiração-expiração-inspiração, à distância insegura do olhar que é também carícia. Observo-te, e penso que sequer suspeitas o que sinto. Talvez imagines que estou aqui sem me envolver, alheia a ti, sensação apenas. Talvez não. Observo-te: contornos, textura, movimento. Observo-te na solidão da tua presença, na tristeza do encontro, na possibilidade de prazer (ou será dor?). Tocas-me. Com a ponta do cigarro acesa. É parte do teu prazer. Estremeço. Já não sinto dor. Já não sei a diferença entre dor e prazer. Tento concentrar-me em cada pedaço de mim que ganha vida própria ao teu toque. Mas o pensamento é como um compartimento estanque, isolado das sensações, a seguir seus próprios caminhos. É preciso que seja assim. E continuo a pensar. Já não sei a diferença entre dor e prazer. Os dois parecem parte da mesma coisa. Tento convencer-me de que é assim, de que esta é uma forma de amor, a tua forma de amar. Talvez desejes que seja imune a tua sedução, que apenas ceda aos meus próprios desejos (quais?), aproveite o momento, não tenha anseios. Talvez. Imagino que não sou o que queres de mim. Seria isso? Hesito por um instante. Observo-me. Estou à beira da entrega. Acho que o faço por prazer (ou será medo?). Não sabes da minha insegurança, sabes? Se soubesses, o que farias? Agredirias mais? Machucarias com mais requinte? Irias embora, deixando-me em abandono? Talvez não. Serei eu a desconhecer-te? A desconhecer-me? Queria odiar-te e tornar-me inteira no ódio. Mas não tenho forças. Meus fragmentos estão espalhados. Observo-te à distância, insegura do que ser depois, depois, quando me dissolver em ti e nada mais fizer sentido. Não agora.”
“Fecha os olhos e vem comigo ver estrelas. No caminho te ilumino.”
“Fecha os olhos e vem comigo ver estrelas. No caminho te ilumino.”
"O passado ganha forma neste segmento de tempo, materializa ‑se à frente dos meus olhos, como se agora as aves agitassem as asas e todo o pó suspenso, por anos e anos, nas penas e plumas se espalhasse diante da minha face, como partículas iguais a telas de cinema onde se projetam, em simultâneo, frações de um tempo muito antigo."
“O passado ganha forma neste segmento de tempo, materializa ‑se à frente dos meus olhos, como se agora as aves agitassem as asas e todo o pó suspenso, por anos e anos, nas penas e plumas se espalhasse diante da minha face, como partículas iguais a telas de cinema onde se projetam, em simultâneo, frações de um tempo muito antigo.”
"Conspiração Sei-te igual. Sei-te estranho. Sei-te de cor. Sei-te o sal, O odor e o intento. Sei-te aqui. Sei-te aí. Sei-te onde for. Sei-te como ser. Sei-te o nome. Sei-te o rosto. Sei-te a boca. Sei-te o corpo. Sei-te o sexo. E o desejo. E não sei nada de ti."
“Conspiração Sei-te igual. Sei-te estranho. Sei-te de cor. Sei-te o sal, O odor e o intento. Sei-te aqui. Sei-te aí. Sei-te onde for. Sei-te como ser. Sei-te o nome. Sei-te o rosto. Sei-te a boca. Sei-te o corpo. Sei-te o sexo. E o desejo. E não sei nada de ti.”
"Sonhar é melhor do que viver?"
“Sonhar é melhor do que viver?”
“Tens duas mãos para pousar onde preciso. Uma boca da qual espero o indizível. Narinas que me respiram. Apertas-me contra ti. Sinto-te. Dentro."
“Tens duas mãos para pousar onde preciso. Uma boca da qual espero o indizível. Narinas que me respiram. Apertas-me contra ti. Sinto-te. Dentro.”
"É Domingo. O dia acorda quente e os nossos corpos acusam o cansaço da semana. Sussurras-me ao ouvido: "Apeteces-me"! Permito-te."
“É Domingo. O dia acorda quente e os nossos corpos acusam o cansaço da semana. Sussurras-me ao ouvido: “Apeteces-me”! Permito-te.”
"Podes fechar a cortina do quarto. É no escuro, que te verei melhor."
“Podes fechar a cortina do quarto. É no escuro, que te verei melhor.”
"Promete, vais ser minha para sempre.“ Murmuravas-me ao ouvido enquanto te apoderavas de cada milímetro meu... Sentia-te a ser tudo o quanto podias, e eu era a felicidade a perecer de exaltação. O meu silêncio nos teus gemidos, as tuas palavras largadas na intensidade "Promete, vais ser minha para sempre." Amava sentir a tua exortação, a tua avidez pelo meu corpo, acreditando que se estendia até à alma. Mas as promessas são de uma fragilidade imensa, e não se promete o que é impossível deixar de existir. Esperava um sempre que não se alimentasse somente de mim, onde não vivesse sozinha o que ia além da carne. A minha carne impossível de distinguir da tua, perfeitamente sincronizadas numa agitação que de tão espontânea nos dissolvia por inteiro no mais anestesiante dos prazeres. Regressávamos, deixando lentamente de nos tocar, apaziguando os sentidos na separação do que mais almejava ser... E restava assim... Despojada de tudo e de nós, numa matéria incompleta que se envolvia na ilusão de guardar o remanescente de ti. Apenas carne, sempre carne..."
“Promete, vais ser minha para sempre.“ Murmuravas-me ao ouvido enquanto te apoderavas de cada milímetro meu… Sentia-te a ser tudo o quanto podias, e eu era a felicidade a perecer de exaltação. O meu silêncio nos teus gemidos, as tuas palavras largadas na intensidade “Promete, vais ser minha para sempre.” Amava sentir a tua exortação, a tua avidez pelo meu corpo, acreditando que se estendia até à alma. Mas as promessas são de uma fragilidade imensa, e não se promete o que é impossível deixar de existir. Esperava um sempre que não se alimentasse somente de mim, onde não vivesse sozinha o que ia além da carne. A minha carne impossível de distinguir da tua, perfeitamente sincronizadas numa agitação que de tão espontânea nos dissolvia por inteiro no mais anestesiante dos prazeres. Regressávamos, deixando lentamente de nos tocar, apaziguando os sentidos na separação do que mais almejava ser… E restava assim… Despojada de tudo e de nós, numa matéria incompleta que se envolvia na ilusão de guardar o remanescente de ti. Apenas carne, sempre carne…”
"Promete, vais ser minha para sempre.“ Murmuravas-me ao ouvido enquanto te apoderavas de cada milímetro meu... Sentia-te a ser tudo o quanto podias, e eu era a felicidade a perecer de exaltação. O meu silêncio nos teus gemidos, as tuas palavras largadas na intensidade "Promete, vais ser minha para sempre." Amava sentir a tua exortação, a tua avidez pelo meu corpo, acreditando que se estendia até à alma. Mas as promessas são de uma fragilidade imensa, e não se promete o que é impossível deixar de existir. Esperava um sempre que não se alimentasse somente de mim, onde não vivesse sozinha o que ia além da carne. A minha carne impossível de distinguir da tua, perfeitamente sincronizadas numa agitação que de tão espontânea nos dissolvia por inteiro no mais anestesiante dos prazeres. Regressávamos, deixando lentamente de nos tocar, apaziguando os sentidos na separação do que mais almejava ser... E restava assim... Despojada de tudo e de nós, numa matéria incompleta que se envolvia na ilusão de guardar o remanescente de ti. Apenas carne, sempre carne..."
“Promete, vais ser minha para sempre.“ Murmuravas-me ao ouvido enquanto te apoderavas de cada milímetro meu… Sentia-te a ser tudo o quanto podias, e eu era a felicidade a perecer de exaltação. O meu silêncio nos teus gemidos, as tuas palavras largadas na intensidade “Promete, vais ser minha para sempre.” Amava sentir a tua exortação, a tua avidez pelo meu corpo, acreditando que se estendia até à alma. Mas as promessas são de uma fragilidade imensa, e não se promete o que é impossível deixar de existir. Esperava um sempre que não se alimentasse somente de mim, onde não vivesse sozinha o que ia além da carne. A minha carne impossível de distinguir da tua, perfeitamente sincronizadas numa agitação que de tão espontânea nos dissolvia por inteiro no mais anestesiante dos prazeres. Regressávamos, deixando lentamente de nos tocar, apaziguando os sentidos na separação do que mais almejava ser… E restava assim… Despojada de tudo e de nós, numa matéria incompleta que se envolvia na ilusão de guardar o remanescente de ti. Apenas carne, sempre carne…”
“Olharam-se nos olhos. Ficaram assim durante um instante que se estendeu até ao fim do tempo. Além do fim do tempo. Os dois conscientes de que aquele olhar os unira, os prendera um ao outro para sempre.”
“Olharam-se nos olhos. Ficaram assim durante um instante que se estendeu até ao fim do tempo. Além do fim do tempo. Os dois conscientes de que aquele olhar os unira, os prendera um ao outro para sempre.”
"Trago-te o meu vazio. Cuida dele."
“Trago-te o meu vazio. Cuida dele.”
"Há momentos que, com tão ínfima duração, são enormes na sua capacidade de nos reduzir a uma insignificância tremendamente dolorosa de sentir. Carregamos toda a nossa existência no incerto de decisões nascidas no medo, trémulas em assertividade, que nos empurram para ir no simultâneo de ficar. Viajamos até onde fomos mais, desejando voltar a ser e ter, enfrentando toda a impotência que nos cerca. Percebemos que o pouco que éramos não somos, e que a única matéria que conseguimos arrastar é apenas, tanto e só, a que nos constitui. Acordamos em nós, sedentos de viver pelo que permanece sempre connosco... Há momentos, que de tanto os esquecer, ficarão em mim para sempre."
“Há momentos que, com tão ínfima duração, são enormes na sua capacidade de nos reduzir a uma insignificância tremendamente dolorosa de sentir. Carregamos toda a nossa existência no incerto de decisões nascidas no medo, trémulas em assertividade, que nos empurram para ir no simultâneo de ficar. Viajamos até onde fomos mais, desejando voltar a ser e ter, enfrentando toda a impotência que nos cerca. Percebemos que o pouco que éramos não somos, e que a única matéria que conseguimos arrastar é apenas, tanto e só, a que nos constitui. Acordamos em nós, sedentos de viver pelo que permanece sempre connosco… Há momentos, que de tanto os esquecer, ficarão em mim para sempre.”
"Lá fora o vento ruge, violento. Ou se calhar é dentro de si. Não sabe."
“Lá fora o vento ruge, violento. Ou se calhar é dentro de si. Não sabe.”
"Ainda mal me conheces. Talvez nem me tenhas olhado bem. Passei por ti no turbilhão das emoções, estava em fogo ardente, a correr sem destino. Talvez nem me tenhas olhado bem. Sou eu. Eu mesma, meu amor. Não te lembras de mim? Um dia demos as mãos e caminhamos juntos. Um dia de verão na sombra daquele lugar só nosso, trocamos juras de amor eterno. Éramos crianças. Tão pequenos e tão grandes a imaginar o futuro. Talvez não me tenhas olhado bem. Estou diferente. Mas lá no fundo sou a mesma pequena. A tua pequena. Talvez não me tenhas sentido bem. Os anos passaram. Muitos anos passaram. Demasiados, diria. Talvez te falte a coragem. E te palpite o coração. Talvez te estremeça a mão quando procuras a minha. Ou te sequem as palavras com tanto calor que se não vê. Talvez não tenhas lido as entrelinhas do meu ser. Nem as letrinhas pequenas. Mas tudo bem. Nada disso importa agora. É nas grandes que tudo está escrito. Basta ler, meu amor. É tudo tão simples e natural. Talvez não me tenhas olhado bem. Mas eu passei a teu lado. Agora, já fui. Eu tinha que ir. Tinha mesmo que ir. Mas, em cada rabisco do nosso voo fica um rasto. Basta olhar o céu, meu amor. Basta olhar o céu..."
“Ainda mal me conheces. Talvez nem me tenhas olhado bem. Passei por ti no turbilhão das emoções, estava em fogo ardente, a correr sem destino. Talvez nem me tenhas olhado bem. Sou eu. Eu mesma, meu amor. Não te lembras de mim? Um dia demos as mãos e caminhamos juntos. Um dia de verão na sombra daquele lugar só nosso, trocamos juras de amor eterno. Éramos crianças. Tão pequenos e tão grandes a imaginar o futuro. Talvez não me tenhas olhado bem. Estou diferente. Mas lá no fundo sou a mesma pequena. A tua pequena. Talvez não me tenhas sentido bem. Os anos passaram. Muitos anos passaram. Demasiados, diria. Talvez te falte a coragem. E te palpite o coração. Talvez te estremeça a mão quando procuras a minha. Ou te sequem as palavras com tanto calor que se não vê. Talvez não tenhas lido as entrelinhas do meu ser. Nem as letrinhas pequenas. Mas tudo bem. Nada disso importa agora. É nas grandes que tudo está escrito. Basta ler, meu amor. É tudo tão simples e natural. Talvez não me tenhas olhado bem. Mas eu passei a teu lado. Agora, já fui. Eu tinha que ir. Tinha mesmo que ir. Mas, em cada rabisco do nosso voo fica um rasto. Basta olhar o céu, meu amor. Basta olhar o céu…”
"Ainda mal me conheces. Talvez nem me tenhas olhado bem. Passei por ti no turbilhão das emoções, estava em fogo ardente, a correr sem destino. Talvez nem me tenhas olhado bem. Sou eu. Eu mesma, meu amor. Não te lembras de mim? Um dia demos as mãos e caminhamos juntos. Um dia de verão na sombra daquele lugar só nosso, trocamos juras de amor eterno. Éramos crianças. Tão pequenos e tão grandes a imaginar o futuro. Talvez não me tenhas olhado bem. Estou diferente. Mas lá no fundo sou a mesma pequena. A tua pequena. Talvez não me tenhas sentido bem. Os anos passaram. Muitos anos passaram. Demasiados, diria. Talvez te falte a coragem. E te palpite o coração. Talvez te estremeça a mão quando procuras a minha. Ou te sequem as palavras com tanto calor que se não vê. Talvez não tenhas lido as entrelinhas do meu ser. Nem as letrinhas pequenas. Mas tudo bem. Nada disso importa agora. É nas grandes que tudo está escrito. Basta ler, meu amor. É tudo tão simples e natural. Talvez não me tenhas olhado bem. Mas eu passei a teu lado. Agora, já fui. Eu tinha que ir. Tinha mesmo que ir. Mas, em cada rabisco do nosso voo fica um rasto. Basta olhar o céu, meu amor. Basta olhar o céu..."
“Ainda mal me conheces. Talvez nem me tenhas olhado bem. Passei por ti no turbilhão das emoções, estava em fogo ardente, a correr sem destino. Talvez nem me tenhas olhado bem. Sou eu. Eu mesma, meu amor. Não te lembras de mim? Um dia demos as mãos e caminhamos juntos. Um dia de verão na sombra daquele lugar só nosso, trocamos juras de amor eterno. Éramos crianças. Tão pequenos e tão grandes a imaginar o futuro. Talvez não me tenhas olhado bem. Estou diferente. Mas lá no fundo sou a mesma pequena. A tua pequena. Talvez não me tenhas sentido bem. Os anos passaram. Muitos anos passaram. Demasiados, diria. Talvez te falte a coragem. E te palpite o coração. Talvez te estremeça a mão quando procuras a minha. Ou te sequem as palavras com tanto calor que se não vê. Talvez não tenhas lido as entrelinhas do meu ser. Nem as letrinhas pequenas. Mas tudo bem. Nada disso importa agora. É nas grandes que tudo está escrito. Basta ler, meu amor. É tudo tão simples e natural. Talvez não me tenhas olhado bem. Mas eu passei a teu lado. Agora, já fui. Eu tinha que ir. Tinha mesmo que ir. Mas, em cada rabisco do nosso voo fica um rasto. Basta olhar o céu, meu amor. Basta olhar o céu…”
"Ainda mal me conheces. Talvez nem me tenhas olhado bem. Passei por ti no turbilhão das emoções, estava em fogo ardente, a correr sem destino. Talvez nem me tenhas olhado bem. Sou eu. Eu mesma, meu amor. Não te lembras de mim? Um dia demos as mãos e caminhamos juntos. Um dia de verão na sombra daquele lugar só nosso, trocamos juras de amor eterno. Éramos crianças. Tão pequenos e tão grandes a imaginar o futuro. Talvez não me tenhas olhado bem. Estou diferente. Mas lá no fundo sou a mesma pequena. A tua pequena. Talvez não me tenhas sentido bem. Os anos passaram. Muitos anos passaram. Demasiados, diria. Talvez te falte a coragem. E te palpite o coração. Talvez te estremeça a mão quando procuras a minha. Ou te sequem as palavras com tanto calor que se não vê. Talvez não tenhas lido as entrelinhas do meu ser. Nem as letrinhas pequenas. Mas tudo bem. Nada disso importa agora. É nas grandes que tudo está escrito. Basta ler, meu amor. É tudo tão simples e natural. Talvez não me tenhas olhado bem. Mas eu passei a teu lado. Agora, já fui. Eu tinha que ir. Tinha mesmo que ir. Mas, em cada rabisco do nosso voo fica um rasto. Basta olhar o céu, meu amor. Basta olhar o céu..."
“Ainda mal me conheces. Talvez nem me tenhas olhado bem. Passei por ti no turbilhão das emoções, estava em fogo ardente, a correr sem destino. Talvez nem me tenhas olhado bem. Sou eu. Eu mesma, meu amor. Não te lembras de mim? Um dia demos as mãos e caminhamos juntos. Um dia de verão na sombra daquele lugar só nosso, trocamos juras de amor eterno. Éramos crianças. Tão pequenos e tão grandes a imaginar o futuro. Talvez não me tenhas olhado bem. Estou diferente. Mas lá no fundo sou a mesma pequena. A tua pequena. Talvez não me tenhas sentido bem. Os anos passaram. Muitos anos passaram. Demasiados, diria. Talvez te falte a coragem. E te palpite o coração. Talvez te estremeça a mão quando procuras a minha. Ou te sequem as palavras com tanto calor que se não vê. Talvez não tenhas lido as entrelinhas do meu ser. Nem as letrinhas pequenas. Mas tudo bem. Nada disso importa agora. É nas grandes que tudo está escrito. Basta ler, meu amor. É tudo tão simples e natural. Talvez não me tenhas olhado bem. Mas eu passei a teu lado. Agora, já fui. Eu tinha que ir. Tinha mesmo que ir. Mas, em cada rabisco do nosso voo fica um rasto. Basta olhar o céu, meu amor. Basta olhar o céu…”
"Viver sem paixão é uma espécie de morte."
“Viver sem paixão é uma espécie de morte.”
"Encontraremos náufragos. Tristes como nós, mortos. Outros embarcaremos com vida. E no silêncio lento recuperemos o sol em seus cabelos. E os faremos meninos outra vez."
“Encontraremos náufragos. Tristes como nós, mortos. Outros embarcaremos com vida. E no silêncio lento recuperemos o sol em seus cabelos. E os faremos meninos outra vez.”
“As esquinas de nossa cidade em que me aguardas a todo tempo deixaram de ser caminhos que se tocam. Lembras daquela brincadeira em que grudávamos tira sobre tira de papel com cola de água e farinha e criávamos cruzes, encruzilhadas, estrelas, raios de rotunda? Não. Não tens jeito de criança. Vi-te outro dia, nem cinco anos tinhas, jogando bolinhas de papel na contramão da escada rolante. O guarda brandiu o seu cassetete de borracha. Só querias ver se as bolinhas voltavam. Para ti.”
“As esquinas de nossa cidade em que me aguardas a todo tempo deixaram de ser caminhos que se tocam. Lembras daquela brincadeira em que grudávamos tira sobre tira de papel com cola de água e farinha e criávamos cruzes, encruzilhadas, estrelas, raios de rotunda? Não. Não tens jeito de criança. Vi-te outro dia, nem cinco anos tinhas, jogando bolinhas de papel na contramão da escada rolante. O guarda brandiu o seu cassetete de borracha. Só querias ver se as bolinhas voltavam. Para ti.”
"Mas como pensar em recordações felizes quando a morte ronda por perto?"
“Mas como pensar em recordações felizes quando a morte ronda por perto?”
"Vozes. Narrativas e metanarrativas. Relatos. Ângulos. Interpretações. Sons que se transformam no ruído de um mundo onde muita coisa é e nada parece ser inteiramente."
“Vozes. Narrativas e metanarrativas. Relatos. Ângulos. Interpretações. Sons que se transformam no ruído de um mundo onde muita coisa é e nada parece ser inteiramente.”
"Já reparaste que pedir algo a alguém é uma forma de submissão? De te colocares nas mãos do outro? De certa forma, para pedir algo é preciso ser corajoso." Libelinhas | Encenação de Pedro Oliveira para O Nariz.
“Já reparaste que pedir algo a alguém é uma forma de submissão? De te colocares nas mãos do outro? De certa forma, para pedir algo é preciso ser corajoso.” Libelinhas | Encenação de Pedro Oliveira para O Nariz.
“Olhei-te sempre assim, enternecida, orgulhosa como se não houvesse outro. Ficarei a olhar-te sempre assim.”
“Olhei-te sempre assim, enternecida, orgulhosa como se não houvesse outro. Ficarei a olhar-te sempre assim.”
"O quarto estava escuro mas as cores pareceram ganhar uma estranha tonalidade nova, como se estivessem a ser recriadas, recalibradas, redimensionadas; o vermelho da porta do armário, o verde dos números (que não mudavam; seria isso bom, seria isso mau?) nas máquinas médicas a que a P. estava ligada, o azul do céu num quadro pendurado numa parede onde também havia um barco amarelo. (Faltava o cor-de-rosa de uns auscultadores.)"
“O quarto estava escuro mas as cores pareceram ganhar uma estranha tonalidade nova, como se estivessem a ser recriadas, recalibradas, redimensionadas; o vermelho da porta do armário, o verde dos números (que não mudavam; seria isso bom, seria isso mau?) nas máquinas médicas a que a P. estava ligada, o azul do céu num quadro pendurado numa parede onde também havia um barco amarelo. (Faltava o cor-de-rosa de uns auscultadores.)”
"Tu mesma és um poema e os teus olhos são versos sem rima, tal como a encantadora canção que entoas sempre que falas, falando seja lá sobre o que for e navegando sobre esse teu belo e dançante sorrir de meia distância, que me faz arder a alma."
“Tu mesma és um poema e os teus olhos são versos sem rima, tal como a encantadora canção que entoas sempre que falas, falando seja lá sobre o que for e navegando sobre esse teu belo e dançante sorrir de meia distância, que me faz arder a alma.”
"- Serás sempre metade de mim. E não o digo por seres a metade que me complementa, mas por seres apenas metade."
“- Serás sempre metade de mim. E não o digo por seres a metade que me complementa, mas por seres apenas metade.”
"Verbo Hoje conjuguei o verbo ser na segunda pessoa do singular e adicionei-lhe o meu pronome reflexo. Presente, indicativo de tudo aquilo que, sujeito e complemento, és, em mim. Aqui chegados, na primeira pessoa do plural, todas as conjugações do mundo se fazem no modo imperfeito ou num longínquo futuro do pretérito do indicativo. Seres-me é, enfim, uma, entre tantas impossibilidades locutivas."
“Verbo Hoje conjuguei o verbo ser na segunda pessoa do singular e adicionei-lhe o meu pronome reflexo. Presente, indicativo de tudo aquilo que, sujeito e complemento, és, em mim. Aqui chegados, na primeira pessoa do plural, todas as conjugações do mundo se fazem no modo imperfeito ou num longínquo futuro do pretérito do indicativo. Seres-me é, enfim, uma, entre tantas impossibilidades locutivas.”
"bem-vindo puxe feche os olhos. veja. abra os olhos empurre volte sempre obrigado"
“bem-vindo puxe feche os olhos. veja. abra os olhos empurre volte sempre obrigado”
"Cascalho, fazia tempo que não se lembrava de seu som. Pedras paridas da água que se amontoavam debaixo de seus sapatos e desvirtuavam o seu andar. Pedras à beira de alguma infância remota..."
“Cascalho, fazia tempo que não se lembrava de seu som. Pedras paridas da água que se amontoavam debaixo de seus sapatos e desvirtuavam o seu andar. Pedras à beira de alguma infância remota…”
"O que importa o amanhã se amanhã já não vais estar aqui e a saudade, qual rosa cravada de espinhos, vai atormentar-me e impedir-me de respirar? Para quê respirar se não posso viver? O que importa o amanhã se não podes ficar?"
“O que importa o amanhã se amanhã já não vais estar aqui e a saudade, qual rosa cravada de espinhos, vai atormentar-me e impedir-me de respirar? Para quê respirar se não posso viver? O que importa o amanhã se não podes ficar?”
"Fecho os olhos e concentro-me momentaneamente no silêncio que preenche o quarto, enquanto respiro o cheiro a sexo que ainda perdura; depois, ela liga a televisão e o silêncio é estilhaçado – mas o cheiro permanece, insidioso."
“Fecho os olhos e concentro-me momentaneamente no silêncio que preenche o quarto, enquanto respiro o cheiro a sexo que ainda perdura; depois, ela liga a televisão e o silêncio é estilhaçado – mas o cheiro permanece, insidioso.”
"Para que servem, afinal, as carícias?"
“Para que servem, afinal, as carícias?”
"O que é força, senão a arte? O que é fraqueza, senão excesso de músculos?"
“O que é força, senão a arte? O que é fraqueza, senão excesso de músculos?”
"O medo tem a minha altura. Tu me dirás se é grande."
“O medo tem a minha altura. Tu me dirás se é grande.”
"Quando a alma nos morre, interrogamo-nos muitas vezes."
“Quando a alma nos morre, interrogamo-nos muitas vezes.”
"Diz-me como me sentes, dir-te-ei quem sou."
“Diz-me como me sentes, dir-te-ei quem sou.”
"A tarde e as certezas vão caindo, mas fico aqui porque o tempo é meu."
“A tarde e as certezas vão caindo, mas fico aqui porque o tempo é meu.”
“Tudo o que te ensinei pode ser utilizado para construir um mundo onde se possa sonhar.”
“Tudo o que te ensinei pode ser utilizado para construir um mundo onde se possa sonhar.”
"As minhas personagens aparentam ser naturezas mortas, estáticas, inertes…Todavia, receio que a noite lhes permita ganhar vida e circular por esse mundo fora…"
“As minhas personagens aparentam ser naturezas mortas, estáticas, inertes…Todavia, receio que a noite lhes permita ganhar vida e circular por esse mundo fora…”
"As minhas personagens aparentam ser naturezas mortas, estáticas, inertes…Todavia, receio que a noite lhes permita ganhar vida e circular por esse mundo fora…"
“As minhas personagens aparentam ser naturezas mortas, estáticas, inertes…Todavia, receio que a noite lhes permita ganhar vida e circular por esse mundo fora…”
"Não estou perdida, mas parece que não consigo encontrar-me."
“Não estou perdida, mas parece que não consigo encontrar-me.”
"Nunca tinha pensado na ausência do teu corpo e do teu cheiro e do teu riso e da tua sombra e do teu movimento e do teu abraço."
“Nunca tinha pensado na ausência do teu corpo e do teu cheiro e do teu riso e da tua sombra e do teu movimento e do teu abraço.”
"Doce, aquela noite em que te dançastesendo todas as cores do mundo."
“Doce, aquela noite em que te dançastesendo todas as cores do mundo.”
“Nunca tinha pensado que a solidão pudesse ser não uma ausência de tudo mas a saturação de presenças fantasmagóricas, de pensamentos solidificados, de imagens resplandecentes de cor e brilho e magnetismo.”
“Nunca tinha pensado que a solidão pudesse ser não uma ausência de tudo mas a saturação de presenças fantasmagóricas, de pensamentos solidificados, de imagens resplandecentes de cor e brilho e magnetismo.”
"Dança-me."
“Dança-me.”
"Sinto a solidão na inteireza do corpo. Nas mãos o desamparo lê-se evidente."
“Sinto a solidão na inteireza do corpo. Nas mãos o desamparo lê-se evidente.”
"Caixa de alma Vou colhendo fragmentos de vida e guardo-os numa caixa. A essa caixa chamo alma."
“Caixa de alma Vou colhendo fragmentos de vida e guardo-os numa caixa. A essa caixa chamo alma.”

Fragmentos narrativos

Colaboração com Lorena Kim Richter
Death
Death
Angústia
Gentle touch
Gentle touch
Tenderness
Mãos
“… se me tivesses abraçado, se adivinhasses que um abraço era tudo o que desejava. Mas não adivinhaste. Não voltaste a tocar-me.” (Texto: Paulo Kellerman)
“… se me tivesses abraçado, se adivinhasses que um abraço era tudo o que desejava. Mas não adivinhaste. Não voltaste a tocar-me.” (Texto: Paulo Kellerman)
Self-defense
Medo
Entressonho
Despair
A rainha dorme…
A rainha dorme…

Tablao

Pessoas e circunstâncias

Alexandre
Maria
Fabricio
Fernando
Lara
Lorena e Elis
Lorena
Marta
La guitarra
Carlitos
Executivo apressado

A autora:

  • Almas desligadas (com Paulo Kellerman)
  • Fotografar palavras (ando muito por aqui…)
  • Sobre
  • O outro blog
  • Contato

Dualidades

Fragmentos

Tablao

Follow Sutilezas do olhar on WordPress.com

Arquivos

  • fevereiro 2019 (11)
  • janeiro 2019 (15)
  • dezembro 2018 (9)
  • novembro 2018 (7)
  • outubro 2018 (11)
  • setembro 2018 (11)
  • agosto 2018 (12)
  • julho 2018 (10)
  • junho 2018 (15)
  • maio 2018 (15)
  • abril 2018 (2)
  • março 2018 (5)
  • fevereiro 2018 (10)
  • janeiro 2018 (11)
  • dezembro 2017 (11)
  • novembro 2017 (5)
  • outubro 2017 (5)
  • setembro 2017 (8)
  • agosto 2017 (11)
  • julho 2017 (11)
  • junho 2017 (12)
  • RSS
  • Dribbble
  • LinkedIn
  • Instagram
  • Foursquare
  • Vimeo
WordPress.com.
Cancelar